Nossa escolha


Por Iriê Salomão de Campos/ Comunidade Espírita A Casa do Caminho

04/03/2017 às 07h00

Fazendo uma análise sobre as ideias que regem nossas vidas, sejam políticas ou religiosas, podemos notar que elas circulam entre duas paralelas: uma contra ou discordante e a outra a favor. Como se nos fosse deixada uma única escolha, um tanto radical: está comigo ou é contra mim. E assim é desde os tempos mais remotos. Essa postura autoritária e impositiva talvez explique o porquê de a história humana ser recheada de violência.

A primeira vez que nos foi dito sobre liberdade sem imposição, que nos foi ensinado o direito de escolha calcado no livre-arbítrio se deu com Jesus, o Cristo de Deus, nos mostrando ser esse o caminho seguro para o progresso.

Sempre junto ao povo e diante de todos disse: “Todo aquele que ouve minhas palavras e as observa será comparado a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa que não caiu; pois estava edificada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve minhas palavras e não as observa será comparado a um homem néscio, que edificou sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e foi grande a ruína” (Mateus 7,24,25).

Nessa parábola, Jesus descreve dois tipos de pessoas, seus conceitos e suas crenças, que respectivamente se refletem nas ações sociais simbolizadas por suas residências. Uma foi construída sobre a rocha, e a outra, que até pode exibir mais estilo, porém sua estrutura é frágil, pois está sobre a areia. Nossas escolhas são individuais, e os seus resultados forjam nossas vidas. O livre-arbítrio nos dá o direito de escolher: ou o bem passageiro, o imediatismo materialista do prazer fugaz, resultando em graves comprometimentos morais, a casa sobre a areia; ou buscar o bem eterno, através da fé raciocinada para construir o edifício sobre a rocha, como ensina Jesus: “Conhecereis a verdade, e ela vos libertará” (João 8). Essa residência que pode ter aparência modesta e simples é rica em justiça, paz e equilíbrio. O vento – problemas – não a derruba, e suas paredes abrigam todos de boa vontade para com o próximo.

Jesus nos ensina que temos o direito de escolher o que for melhor para nós, mas salienta que há igual responsabilidade nas sequências e consequências de cada respectiva escolha feita individual e coletivamente.

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