MAIS ESPAÇO


Por Tribuna

17/10/2015 às 07h00

A ampliação do número de vagas no sistema prisional de Juiz de Fora – 200 vagas na Penitenciária José Edson Cavalieri e outras 200 na Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires -, anunciada pelo secretário estadual de Governo, Odair Cunha, é um avanço nas políticas de segurança pública da cidade, mas aponta apenas para parte do problema. Se há excesso de lotação, essa questão envolve mais o Ceresp do que as penitenciárias. O Centro de Recuperação, construído ainda na gestão Itamar Franco (1998/2002), mantém a mesma estrutura, com poucas mudanças, mas apresenta cerca de mil internos que ocupam um espaço destinado a cerca de 350.

O secretário Odair Cunha disse que também para tais unidades há projetos de ampliação, mas seria vital estabelecer tal prioridade, já que, nos moldes atuais, o Ceresp, da mesma forma que os demais centros espalhados pelo país afora, é um paiol de pólvora, já que contraria a velha máxima da física de que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Em várias unidades, isso ocorre, com internos, na base de revezamento, dormindo em pé por falta de espaço.

A superlotação das cadeias públicas é um problema nacional, que resulta, com frequência, em rebeliões e motins, como ocorreu recentemente em Governador Valadares, onde os presos praticamente destruíram a prisão. Cerca de cem deles tiveram que ser transferidos para Juiz de Fora, embora, tecnicamente, não houvesse esse espaço.

Mesmo assim, é louvável a ação do Governo do Estado, pois atua num setor que há tempos vem sendo degradado, mas é fundamental, também, insistir na ampliação dessas novas vagas, até mesmo para facilitar a adoção de políticas de ressocialização dos internos, como a experiência adotada pela Pastoral Carcerária, na qual os presos recuperaram uma igreja.

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