DONO DA CONTA


Por Tribuna

14/08/2015 às 07h00- Atualizada 14/08/2015 às 08h34

A greve, além de ser um instrumento capitulado em lei, é uma das formas mais eficazes de pressão, sobretudo no setor público, no qual a imunidade garante a estabilidade nem sempre encontrada na iniciativa privada, mas suas repercussões têm um custo elevado para a população, principalmente quando se trata da paralisação em setores estratégicos. Os usuários da previdência ou com demandas na Justiça Federal são os mais afetados pelo movimento.

Mas é na universidade federal que há o registro dos danos mais acentuados, uma vez que estão comprometidos não apenas o calendário escolar mas o futuro dos candidatos que estão em fase de conclusão de cursos e daqueles que estão ingressando. Os primeiros porque correm o risco de perder prazo em outras ações, como concursos ou até mesmo empregos. Os que chegam, sobretudo os de outras regiões, pelos contratos já assinados que estão sendo pagos sem execução, como aluguel de imóveis.

A própria legislação estabelece que há um limite mínimo de serviços que devem continuar sendo executados, mas nem sempre esse percentual é alcançado ou é suficiente para atendimento aos interessados. A lição que se tira é a necessidade de se discutirem novas formas de negociação, nas quais a população, em vez de ser a principal vítima das paralisações, possa ser até mesmo aliada dos grevistas, por considerar justas suas reivindicações. No atual cenário, pagam a conta os que não devem, enquanto os verdadeiros devedores, por não serem diretamente afetados, continuam fazendo ouvidos de mercador ao grito dos trabalhadores.

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