NOVOS CENÁRIOS


Por Tribuna

12/11/2015 às 07h00- Atualizada 12/11/2015 às 08h45

A cada dia que passa, o deputado Eduardo Cunha se vê mais isolado não apenas pelos pares, ante as evidências que tenta apresentar de que não tem dinheiro no exterior. No mesmo dia em que o PSDB decidiu se afastar de sua gestão, deixando-o à mercê do relator da Comissão de Ética, o empresário Felipe Diniz, filho do ex-deputado Fernando Diniz – de quem Cunha disse ter recebido dinheiro de uma dívida -, negou qualquer relação com o parlamentar. Disse que em momento algum indicou ao lobista João Augusto Henriques conta na Suíça para depositar dinheiro para o presidente da Câmara.

São fatos novos que não garantem uma virada do jogo, mas indicam para um novo cenário em que o PSDB, até então um aliado, está voltando para a trilha da racionalidade, desembarcando de uma discussão em que não deveria, sequer, ter entrado. O partido que tentou fazer de Cunha um aríete para bater na presidente Dilma Rousseff percebe, agora, que o deputado está mais voltado para o Governo – não por convicção, mas por estratégia – do que para a oposição.

Ademais, os tucanos também apuraram, por meio de pesquisas, que o desgaste não está restrito ao Governo ou especialmente ao Partido dos Trabalhadores, seu principal adversário. A pesquisa do Ibope, da semana passada, indicou que o PT perde espaço, mas os PSDB não o herda, pois também está sob desconfiança do eleitor. Numa situação como essa, a mudança de discurso afeta até a análise de propostas em tramitação, como a DRU, que permite o uso de parte do orçamento sem restrições. O PSDB admite aprová-la, algo impensável até bem pouco tempo. Afinal, certas intransigências punem não o adversário, e sim o país.

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