CENÁRIOS INCERTOS
Um Governo acuado por uma base insegura, um presidente da Câmara sob investigação ante denúncia de contas na Suíça e o presidente do Senado na mira da “Lava jato” causam cenários incertos para o país, a despeito do funcionamento das instituições. O resultado, porém, é preocupante, pois diversas demandas dependem desses próprios atores, ora mais preocupados em se defender do que em cumprir, de fato, suas atribuições.
Além do envolvimento dos principais líderes do Congresso, é necessário considerar a briga nos bastidores de outros personagens em busca do protagonismo. Contemplado com mais ministérios, o PMDB foi causador de instabilidade entre as demais legendas. Até internamente o partido comprova seu viés federativo, com disputas já voltadas para uma eventual sucessão de Eduardo Cunha. O também representante do Rio de Janeiro, Leonardo Picciani, se move pensando no posto e com respaldo do Planalto, mas já enfrenta dissidências por conta do seu arrivismo.
No Planalto, a presidente tenta se equilibrar entre a política e a economia, sendo que uma depende da outra. Como ambas estão fora da curva, pouco se sabe do amanhã, mesmo ela afirmando que a condenação de suas contas pelo TCU é página virada. E não é. A Ordem dos Advogados do Brasil, embora em nível de consulta, criou uma comissão para decidir se apresenta ao Congresso pedido de impeachment da chefe do Governo. Mais problemas à vista.
