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Voto e cidadania: conheça a Juiz de Fora prometida pelos candidatos

Ilustracao de Juiz de Fora por Marcio Tarcitano
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Em uma quarta-feira qualquer de dezembro de 2028, uma cidadã de Juiz de Fora, que vivia em situação de rua quatro anos atrás, sai de casa para ir trabalhar. O apartamento, que antes passou muitos anos fechado, foi expropriado pela Prefeitura e cedido a ela, considerando que estava servindo para especulação imobiliária. 

Antes do apartamento, o poder público havia cedido uma casa para acesso imediato, logo no início do mandato, pois a juiz-forana estava há mais de cinco anos na rua, com uso abusivo de álcool e outras drogas. 

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Como isso não era suficiente, o emprego também foi arranjado com auxílio: um grande projeto de obras públicas foi realizado sem contratar construtoras, apenas trabalhadores desempregados, para construir ou reformar diversos setores da cidade.

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Ao olhar para o próprio prédio e para os do entorno, ainda se deslumbra com a quantidade de vegetação nas fachadas, terraços e varandas, colocadas para obter o desconto do IPTU Verde. A medida teve ainda mais adesão pois as pessoas mais ricas precisam pagar um imposto mais alto, para que pessoas desempregadas ou que moram em situação de risco possam ter isenção.

No caminho, vai deixar o filho mais novo em uma das oito novas creches construídas e os outros dois na escola. O mais velho tem 11 anos e está no 6º ano do Ensino Fundamental, último ano em que a Prefeitura conseguiu implementar o regime integral, até o momento. No próximo ano, ela quer colocá-lo numa escola cívico-militar. Já o do meio tem 6, e está alfabetizado, assim como todos os colegas da idade dele. Na frente de todas essas escolas, há guardas municipais armados, já que o efetivo da corporação foi aumentado.

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Ilustração de Juiz de Fora por Márcio Tarcitano

Um deles tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), e está respondendo bem ao tratamento dos sintomas, realizado no Hospital Regional, onde foi possível concluir as obras de algumas salas no primeiro andar, para o funcionamento de um Centro de Especialidades. A evolução no quadro se deve, em grande parte, à rapidez com que ele foi atendido, examinado, diagnosticado e acompanhado por todos os profissionais necessários, já que as filas para  consultas especializadas foram zeradas em pouco mais de três meses da nova gestão. 

Se para deixar os meninos pegou o VLT que cruza a cidade – e resolveu 90% dos problemas de trânsito –, para ir ao trabalho chama um táxi. O veículo circula com mais rapidez pela cidade, utilizando a faixa central da Avenida Rio Branco, que antes era exclusiva para ônibus. O motorista nem se preocupa mais em se manter dentro das velocidades impostas pelos radares eletrônicos. Elas foram revistas e os equipamentos estão melhor sinalizados, o que foi suficiente para conscientizar o taxista.

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A empresa onde trabalha também foi expropriada e agora pertence à Prefeitura, após ser flagrada poluindo reiteradamente o Rio Paraibuna. Entre os colegas de trabalho, há um grande número de idosos, que foram capacitados e cadastrados em um banco de empregos. Como servidores, todos tiveram a carga horária reduzida. A empresa está fortalecida graças ao consórcio de prefeitos da Zona da Mata, que trabalham em um “cinturão de desenvolvimento”.

Além do emprego atual, também tem um pequeno empreendimento para ganhar uma renda extra. Abriu o negócio após perceber a facilidade nos procedimentos, já que todos têm aprovação tácita, caso a Prefeitura demore um certo tempo para responder.

A juiz-forana passa em casa no horário do almoço, desta vez utilizando o ônibus rosa, exclusivo para mulheres, que circula principalmente nos horários de pico, para evitar o assédio. Assim como todos os outros coletivos – que agora voltam a ter as pinturas coloridas de épocas anteriores –, ele tem wi-fi e ar condicionado.

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Ao voltar para o serviço, decide ir de bicicleta, por meio da ciclofaixa que acompanha todo o Paraibuna, que, agora, demonstra o resultado da área urbana ter 100% do esgoto tratado. Passa por muitas praças, cobertas, construídas pelas próprias empresas que realizam empreendimentos de moradias em cada bairro. Em todas elas, são praticados vôlei, futebol, danças e outras atividades culturais, e existem restaurantes movimentados.

Ao fim do expediente, algum colega comenta sobre o evento internacional sobre tecnologia que será sediado no Expominas, no fim de semana. Ela procura ir em todos que acontecem lá periodicamente, pois vê como oportunidades de troca de conhecimentos. Como eles reúnem mais de 50 pessoas, a Guarda Municipal também está presente, ostentando armamento.

Já à noite, a mulher leva os filhos ao Estádio Municipal Radialista Mário Helênio. O local vai receber um Fla-Flu, em comemoração à concessão da estrutura aos grandes times do Rio de Janeiro. Na semana que vem será um jogo do Vasco e, na outra, do Botafogo.

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A juiz-forana vai dormir e, quando a luz invade seus olhos, já percebe a grande movimentação de pedestres que passam rente ao papelão na calçada. No domingo, 6 de outubro de 2024, todos vão escolher um dos seis candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora. Cada um é responsável por uma parte das promessas retratadas neste cenário, ao longo da série Voto & Cidadania.

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