Estudantes voltam às ruas de JF em manifestação contra cortes na educação

Milhares de manifestantes percorreram as ruas centrais da cidade


Por Renato Salles

30/05/2019 às 16h51- Atualizada 30/05/2019 às 20h43

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Alunos da UFJF se reuniram ainda no campus universitário, que foi ponto de partida para a manifestação (Foto: Fernando Priamo)

Assim como ocorreu em diversas cidades do país, Juiz de Fora voltou a sediar, nesta quinta-feira (30), uma manifestação em defesa da educação pública em desagravo a restrições orçamentárias nas universidades federais anunciadas pelo Governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). A mobilização segue agenda nacional convocada pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e foi convocada na cidade pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pela União Colegial de Minas Gerais (UCMG), tendo apoio de sindicatos de professores das redes pública – federal, estadual e municipal – e privada e dos técnico-administrativos da UFJF.

A mobilização começou com a concentração de estudantes da UFJF, na Praça Cívica da universidade, por volta das 16h. De lá, os manifestantes seguiram para a região central, passando pelo pórtico sul da UFJF, descendo pelo Bairro Dom Bosco até chegar às Avenida Olegário Maciel, descendo pela Rua Halfeld até chegar ao Parque Halfeld. Durante o trajeto, houve comprometimento do fluxo de veículos.

Além da concentração no Parque Halfeld, os manifestantes realizaram uma caminhada pelas ruas centrais da cidade comprometendo os trânsito de importantes vias como a Avenida Rio Branco, a Rua Floriano Peixoto, a Avenida Getúlio Vargas, a Rua Marechal Deodoro, a Avenida Francisco Bernardino, com reflexos em outras vias adjacentes. Como um exemplo, o trânsito nas três pistas da Rio Branco ficou interditado por cerca de 25 minutos, entre 18h45 e 19h10. A concentração final se deu na Praça da Estação, onde a mobilização foi encerrada.

Assim como ato similar, realizado no último dia 15 de maio, a mobilização reuniu milhares de juiz-foranos. Como um exemplo, no momento em que os primeiros manifestantes chegaram à Avenida Getúlio Vargas, passando pela Rua Floriano Peixoto, ainda havia pessoas iniciando a marcha no Parque Halfeld.

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Com faixas e cartazes, estudantes se concentraram no Parque Halfeld, de onde seguiram para outras ruas do Centro (Foto: Fernando Priamo)

Para além dos protestos contra as restrições orçamentárias impostas às universidades, durante a manifestação, houve panfletagem contrária à reforma da Previdência proposta pelo Governo federal. Segundo organizadores, a ação é vista ainda como um movimento preparatório para a construção de uma mobilização maior, que vem sendo chamada de greve geral, em agenda nacional contrária às mudanças previdenciárias defendidas e marcada para o dia 14 de junho.

Pela manhã, integrantes da Associação dos Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes) e do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais (Sintufejuf) realizaram uma série de ações, travando diálogo com a população sobre os serviços de saúde prestados pela UFJF. As atividades ocorreram no Hospital Universitário (CAS), na Farmácia Universitária, Faculdade de Odontologia e no IF Sudeste.

Professores municipais

Ao contrário de ação similar realizada no último dia 15 de maio, quando professores de todas as redes e os servidores da UFJF paralisaram as atividades, apenas os docentes municipais da Prefeitura de Juiz de Fora cruzaram os braços nesta quinta, quando também fizeram uma assembleia no Hotel Ritz para discutir os rumos das negociações da atual campanha salarial da categoria. Segundo o Sindicato dos Professores, 87% dos docentes municipais aderiram à paralisação. Por outro lado, a Secretaria de Educação da Prefeitura de Juiz de Fora afirmou que “das 101 escolas da Rede Municipal de Ensino, 85% aderiram à paralisação”.

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