PrevidĂȘncia Complementar pode atender 6.530 servidores municipais
Empresa do Rio Grande do Sul, que ganhou concorrĂȘncia, jĂĄ realizou 55 convĂȘnios e tem mais 24 em fase de assinatura para gestĂŁo da previdĂȘncia complementar
A Fundação FamĂlia PrevidĂȘncia (FFP), do Rio Grande do Sul (RS), ganhou a concorrĂȘncia para administrar o Plano de PrevidĂȘncia Complementar, opcional aos 6.530 servidores de Executivo, Legislativo, autarquias e fundaçÔes de Juiz de Fora. No ano passado, a Administração municipal precisou correr contra o tempo para conseguir aprovar uma legislação sobre o tema, conforme exigĂȘncia da Reforma PrevidenciĂĄria de 2019, para estados e municĂpios que tĂȘm Regime PrĂłprio de PrevidĂȘncia Social (RPPS) instituĂrem um sistema de contribuição extra para o funcionalismo pĂșblico, com o objetivo de reforçar a aposentadoria.
Conforme a vencedora, a gestĂŁo dos planos Ă© feita pelo FamĂlia PrevidĂȘncia MunicĂpios, criado especialmente para atender esse pĂșblico. “A FFP jĂĄ estĂĄ com 55 convĂȘnios aprovados e tem mais 24 em fase de assinatura com a Administração municipal e em aprovação, totalizando 79”, informou a empresa, que destacou chegar a Minas Gerais com a experiĂȘncia de 42 anos no mercado, patrimĂŽnio de R$ 6,5 bilhĂ”es e folha mensal de R$ 57 milhĂ”es em benefĂcios para nove mil aposentados e pensionistas.
Como funciona o plano de previdĂȘncia complementar
Segundo a fundação, o plano FamĂlia PrevidĂȘncia MunicĂpios possibilita contribuiçÔes entre 0,5% a 22% do salĂĄrio. “A contrapartida do MunicĂpio fica limitada, por legislação, aos servidores que ingressarem na Administração apĂłs a implantação dos Regimes de PrevidĂȘncia Complementar. Para receber os benefĂcios mensais, o participante pode estabelecer um percentual do saldo acumulado (0,1% a 1,5%) ou determinar um prazo, entre cinco e 30 anos.”
A empresa garantiu que, como entidade sem fins lucrativos, toda a rentabilidade lĂquida dos investimentos, que entre 2007 e 2021 foi de 380,2%, Ă© revertida aos planos previdenciĂĄrios.
Sinserpu acompanhou processo
O Sindicato dos Servidores PĂșblicos Municipais de Juiz de Fora (Sinserpu) acompanhou o processo de concorrĂȘncia para a escolha da gestora do plano de previdĂȘncia complementar do funcionalismo. “O Regime PrĂłprio de PrevidĂȘncia do MunicĂpio teria que criar um Regime Complementar, por exigĂȘncia da lei federal. Foi aberto um edital e apareceram trĂȘs empresas no processo de seleção pĂșblica. Participei da comissĂŁo, que tinha objetivo de ver qual dessas trĂȘs estava mais qualificada para assumir”, detalhou o diretor financeiro do Sinserpu, AntĂŽnio Carlos de Sant’Ana.
Ele ressaltou que o Regime Complementar Ă© obrigatĂłrio, mas ponderou que boa parte dos servidores atuais nĂŁo atinge o limite da faixa salarial de R$ 7 mil do Regime Geral de PrevidĂȘncia. “SĂł para quem ganha mais que Ă© vantajoso entrar nesse Regime Complementar. Nesse momento, para nĂłs que jĂĄ estamos no Regime PrĂłprio, nĂŁo Ă© muito interessante, talvez para algumas carreiras, que ultrapassam o teto (do INSS). Para boa parte dos servidores, nĂŁo vejo vantagem.”
Ainda na visĂŁo do diretor financeiro do Sinserpu, apesar disso, o complemento de aposentadoria pode ser interessante no futuro. “Essa empresa foi escolhida baseada em critĂ©rios tĂ©cnicos avaliados pela comissĂŁo e acompanhados por mim. Enquanto sindicato, nĂŁo nos cabe aceitar ou nĂŁo. Mas, no nosso entendimento, alĂ©m de ser obrigatĂłrio pela legislação federal, Ă© importante ter esse Regime Complementar, onde as pessoas vĂŁo poder contribuir e, futuramente, ter um complemento em sua aposentadoria.”