O ano de 2024 foi de insucesso para o futebol juiz-forano, mas de diversas glórias em outras modalidades. Se o Tupi foi rebaixado para a Terceira Divisão estadual pela primeira vez na história, manchando o nome da cidade, o nadador paralímpico Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, fez Juiz de Fora ecoar em Paris e todo o mundo, com as três medalhas conquistadas nas Paralimpíadas. Se o Tupynambás não conseguiu subir para o Módulo II do Mineiro, com baixo público – o JF Vôlei levou mais de 3 mil pessoas para o Ginásio Municipal, contra o Sada Cruzeiro. Se a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) não cumpriu os prazos para a reforma dos campos de várzea do município, Gláucio Monte-Mór representou Juiz de Fora na Spartathlon, uma das ultra-maratonas mais complicadas do mundo. Se um árbitro agrediu um atleta em uma competição de futsal local, primos foram campeão e vice no Mundial de karatê.
Para o mal ou para o bem, o ano foi, de fato, muito movimentado no esporte local. Abaixo, a Tribuna faz uma breve retrospectiva do ano, relembrando alguns momentos marcantes da cobertura feita por este repórter.
Vinda de Zico para Juiz de Fora
Em maio, Arthur Coimbra, o Zico, veio para Juiz de Fora para ministrar uma clínica para os alunos do Centro de Futebol Zico (CFZ). Toda a imprensa foi convidada para o local, e, por isso, quis pensar em algo fora da caixa. Lembrei que o porteiro do Estádio Municipal – e pai de amigos meus – era um grandíssimo fã do jogador. Decidi que levaria ele comigo no dia, para registrarmos esse momento – uma figura do esporte juiz-forano com seu ídolo.
Ouvir desse pai, o José Eustáquio, frases como: “valeria a pena se eu tivesse que andar a pé desde o Deserto do Saara, foi a realização do meu sonho maior” ou que aquela era “a maior alegria da minha vida. Daqui a 20 anos, vou lembrar de tudo, meus netos vão ver essa reportagem” foi algo que nunca vou esquecer na vida. O choro do fã ao conhecer o ídolo, o brilho nos olhos e a gratidão voltam à minha mente diversas vezes. Hoje, quando vou à casa do Gabriel e João, seus filhos, sou sempre recebido com um abraço e chamado de “terceiro filho”. Ter marcado a vida dele foi extremamente gratificante.
“TM Esporte Clube” e “Qual é o seu Corre”
Em abril, demos início à série TM Esporte Clube, com a ideia de mostrar os mais diferentes esportes que podem ser praticados em Juiz de Fora. O intuito era fugir das modalidades tradicionais e explorar outras possibilidades. Além de matéria para o site e jornal, um vídeo de cada um deles foi postado no Instagram. Neles, tive a oportunidade de pular de paraquedas e parapente, jogar foot table, bocha e squash e praticar rapel, esgrima, canoagem e escalada. Pudemos conhecer o cenário dos profissionais dessas áreas na cidade e mostrar para a população que há diversas oportunidades para quem quer começar a praticar um esporte.
Depois do sucesso em 2023, a Tribuna seguiu com a série “Qual é o seu Corre”, em que, a cada etapa do Ranking de Corridas de Rua de Juiz de Fora, contamos a história de um corredor local. Entrevistei dez atletas com diversas histórias de superação, como um que deixou para trás 20 anos de consumo de drogas com as corridas, outro que emagreceu mais de 50 quilos, e um terceiro que virou maratonista aos 74 anos. Poder escutar e relatar essas histórias, além de dar voz a essas pessoas, que com certeza inspiraram outras várias que leram, se tornou muito especial.
Ida para São João del-Rei e agressão de árbitro
Também em abril, a Tribuna foi a São João del-Rei para conhecer o Centro de Treinamento do Athletic e entender a expectativa da equipe para a Série C do Campeonato Brasileiro. Lá, o técnico Roger Silva e o volante Rômulo atenderam a reportagem. Além deles, um torcedor símbolo, que coleciona diversas camisas, falou sobre a paixão pelo time são joanense. Ao fim do ano, o Esquedrão foi vice-campeão da Terceira Divisão e garantiu o acesso para a Série B de 2025.
Em junho, um árbitro de futsal agrediu um atleta com um soco no rosto em uma quadra na Região Central de Juiz de Fora. A Tribuna teve acesso exclusivo ao vídeo, que viralizou em todo o Brasil. No Instagram, o lance bateu mais de 2 milhões de visualizações. Posteriormente, o árbitro foi afastado da competição.
No campo e nas quadras
O ano foi também de coberturas de treinos e jogos do JF Vôlei. O confronto mais marcante entre a equipe juiz-forana e o Sada Cruzeiro, que contou com mais de 3 mil torcedores presentes no Estádio Municipal. Na ocasião, a reportagem fez entrevista com o lendário central Lucão, um dos pilares da equipe mineira que, meses depois, foi campeã mundial pela quinta vez.
A cobertura diária de Tupi e Tupynambás, seja em telefonemas, treinos ou jogos, é sempre desafiadora. No início do ano, a série de trocas na diretoria e comando do Carijó chamaram atenção e exigiram uma apuração intensa. O caminho até o rebaixamento do clube para a Terceira Divisão estadual estava traçado, em uma cobertura bastante dolorosa.
Já o ano do Tupynambás contou com um momento histórico: a maior goleada da história do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, em vitória do Baeta por 8 a 0 contra o Atlético Três Corações. A reportagem esteve na beirada do gramado e testemunhou o orgulho dos jogadores e comissão técnica com o feito, que acabou sendo o ponto alto da trajetória que foi encerrada na semifinal da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro, sem o acesso para o Módulo II.
*Sob supervisão do editor Gabriel Silva