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Justiça autoriza posse de Juninho como presidente do Tupi

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A chapa JR 2020, encabeçada por José Luiz Mauler Júnior, o Juninho, está autorizada, pela 2 ª Vara Cível de Juiz de Fora, a assumir a diretoria executiva do Tupi para o triênio 2020-2022. A juíza Ivanete Jota de Almeida revogou, nessa terça-feira (17), a tutela de urgência concedida à chapa SOS Tupi, uma vez que, conforme argumenta a magistrada, “a tutela antecipada vem produzindo ao Tupi mais resultados negativos do que positivos”. A decisão liminar, concedida, antes do pleito, pelo juiz Mauro Francisco Pitelli, suspendia os resultados da eleição. Desde 1º de dezembro à frente do Alvinegro de Santa Terezinha como interventora, Myrian Fortuna está dispensada da função provisória. Entretanto, possíveis irregularidades do processo eleitoral continuam sob apuração.

Decisão da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora autoriza a chapa JR 2020, encabeçada por Juninho, presidente entre 1999 e 2004, a ser empossada na diretoria executiva (Foto: Felipe Couri/Arquivo TM)

Dos 396 votos válidos registrados no pleito, a JR 2020 recebeu 266, ao passo que a SOS Tupi, 130. Foram, ainda, três votos brancos e um nulo. Para Ivanete, a função social do esporte está deixando de existir, e, no seu entendimento, não cabe ao Judiciário mitigar o exercício deste direito, ainda que na tentativa de salvaguardar a lisura da eleição. “A ausência de uma gestão legitimamente eleita pelo voto, na forma do regulamento interno, ocasiona desequilíbrio na sua estrutura organizacional e no fomento de suas atividades fins”, justifica. Desde a suspeição do pleito, o supervisor de futebol, Pitti, e o ex-jogador e ex-diretor-técnico Adil Pimenta – nome da JR 2020 para o Departamento de Futebol – conduzem o planejamento para o Módulo II do Campeonato Mineiro. Nessa terça, Alex Nascif, 32 anos, foi anunciado como técnico para conduzir o Tupi ao acesso.

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Em 5 de dezembro, Ivanete admitira Juninho, após solicitação do mesmo, como parte interessada no processo. Alegações da defesa do Tupi, somadas, sobretudo, às do ex-presidente, levaram à revogação da tutela. “O que se deve ter em mente (…) que tradicionalmente o clube possui torcida que o apoia e o acompanha durante as competições, e participa de torneios de grande publicidade. Possui também várias fontes de receita, tais como bilheteria de seus jogos e demais eventos, acordos com outras empresas, o que inclui propagandas e outras formas de patrocínio, recebe mensalidades e contribuições de sócios que frequentam a instituição e usam as suas instalações e assim se sustenta”, detalha, na decisão dessa terça, a juíza.

Oposição vai recorrer

Em contato com a Tribuna, o candidato da chapa SOS Tupi, Cloves Santos, confirmou que recorrerá ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) ainda nesta quarta-feira (18). “Entendemos que a decisão não reflete o que está nos autos do processo e vamos recorrer em Belo Horizonte”, afirma Santos. “(Vamos recorrer) com novas situações que aconteceram no período de transição, enquanto o Tupi estava com presidente provisório. Vamos ingressar com uma nova ação caso necessário for e esperamos ter êxito antes que ele (Juninho) possa fazer a reunião do conselho e seja proclamado presidente”, explica.

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Para Cloves, a decisão proferida pela juíza Ivanete Jota de Almeida não entra na discussão técnica das alegações da SOS Tupi. Às vésperas do pleito, a chapa reclamou judicialmente da ausência de acesso a documentos referentes ao processo eleitoral, como a relação completa dos associados que passaram a integrar o quadro do Tupi até a primeira quinzena de outubro de 2018; a lista completa e atualizada de todos os sócios; o livro de registro de compra e venda de quinhões realizadas pelo clube e, ainda, o livro atualizado constando transferência e/ou venda de quinhões; a documentação hábil à comprovação de quitação da taxa mensal de manutenção aos sócios da categoria “família”; o livro “Registro de Sócios Votantes” do pleito referente ao triênio de 2016-2019; e um formulário de inscrição acompanhado das 80 assinaturas para a composição do Conselho Deliberativo apresentado pela chapa JR 2020 à Comissão de Fiscalização Eleitoral (Cofel).

O candidato também ressaltou que, mesmo em caso de derrota nos tribunais, a oposição seguirá sendo feita por ele e seus aliados dentro do clube, criticando as decisões tomadas pela direção provisória para 2020. “Um clube que estava na Série B em 2016 ter que fazer peneira para disputar o Módulo II do Mineiro, colocando um treinador que não tem experiência como carro-chefe da comissão técnica. Eu me pergunto como eles ganharam as eleições, se não tem planejamento nenhum para o Tupi. Sendo que a gente tinha patrocinador, tinha recurso, tinha planejamento”, lamenta Cloves.

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Planejamento continua

Cauteloso sobre a decisão judicial, Juninho assegurou que o planejamento do clube não depende das idas e vindas na Justiça, uma vez que os recursos em outras instâncias serão utilizados pela oposição. Segundo o líder da chapa JR 2020, a comissão técnica já havia sido definida com antecedência em conjunto com a administração provisória. “Estou dando seguimento ao planejamento desde o dia que comecei. Já havia sido decidido o departamento, a comissão técnica, já tinha tudo”, explica o novo presidente, que deverá confirmar, ainda nesta semana, a data para a tomada de posse – caso não haja novo impedimento judicial.

“Já estávamos com vários jogadores acertados, treinadores, estava tudo pronto. Agora, só demos sequência”, completa Juninho, condicionando o anúncio dos acordos com os jogadores ao resultado das seletivas das próximas quinta (19) e sexta-feira (20). “Estamos esperando acabar a seletiva. Não queremos fechar antes porque pode aparecer jogadores diferenciados na seletiva. Está vindo gente de Belo Horizonte, do Rio de Janeiro, de São Paulo. Estamos com mais de 300 jogadores querendo vir”, afirma.

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