Família de Juiz de Fora viaja aos Estados Unidos para acompanhar o Botafogo no Mundial

Paixão pelo Glorioso faz juiz-foranos percorrerem mais de 10 mil quilômetros; clube inicia disputa neste domingo


Por Vinicius Soares

15/06/2025 às 06h00

“Tua estrela solitária te conduz”. É com esse verso do hino do Botafogo que Ana Carolina Lopes, 38 anos; José Carlos Dias Júnior, 44; Matheus Lazarini, 12; e a pequena Manoela, de 4 anos, irão ao Rose Bowl, em Los Angeles, acompanhar o Glorioso nas partidas contra o PSG, na quinta-feira (19), e contra o Atlético de Madrid, no dia 23 de junho, válidas pela segunda e terceira rodadas do Grupo B da Copa do Mundo de Clubes da Fifa.

A família residente em Juiz de Fora embarca rumo aos Estados Unidos na terça-feira (17). De acordo com Ana Carolina, já havia a intenção de viajar com as crianças, mas a participação do Botafogo no Mundial foi um motivo a mais para comprar as passagens. “A primeira resposta do Júnior sempre foi ‘não’. Mas como envolveu o Botafogo e o Mundial, já foi um ‘não’ mais amaciado. ‘Quem sabe a gente vai (para os Estados Unidos), e aí vamos para o Mundial?’ Por fim, a gente resolveu ir e unir o útil ao agradável, levá-los aos parques da Califórnia e acompanhar o Botafogo nos dois principais jogos da primeira fase, contra o PSG e o Atlético de Madrid”, explica.

Conforme a botafoguense, por mais que fosse um desejo, questões financeiras e profissionais eram empecilhos, mas tudo foi contornado pela paixão pelo Glorioso. “Estabeleci uma meta para mim dentro do meu trabalho, que, se fosse possível cumpri-la, a gente iria. No final de março , percebi que dava para ir. Decidimos ir e começamos a correr atrás. Vamos aproveitar bastante a viagem. Com o Botafogo ganhando ou não, já é outra história, mas vamos aproveitar”, afirma.

Família de Juiz de Fora vive a expectativa de assistir aos jogos do Botafogo no Mundial nos Estados Unidos

Amor compartilhado

A relação de Ana Carolina com o Botafogo começou ainda na infância, através de seu pai. Além disso, a paixão pelo clube foi importante para que ela e Dias Júnior se conhecessem e iniciassem um relacionamento. “Quando a gente começou a namorar, ele me chamou para sair e eu falei que não podia, e que ele não poderia rir do motivo, que era porque tinha que ir ao jogo do Botafogo. Então, ele disse que também era botafoguense. A partir disso, ele começou a ir também aos jogos do Botafogo comigo e com meu pai, em uma excursão que íamos desde que eu era pequena”, relata.

O amor compartilhado pelo Botafogo entre Ana Carolina e Dias Júnior fez com que esse sentimento se aflorasse em Matheus que, desde pequeno, vai ao Estádio Nilton Santos acompanhar as partidas do clube. “Eu sempre gostei muito do Botafogo. Sempre, mesmo na fase ruim”, garante.

Para o pai do garoto, o Botafogo é um fator fundamental em sua família, pois é um motivo que faz com que eles sejam ainda mais unidos. “Para nós, é questão de família. A gente consegue viver junto”, define.

Paixão vivida de perto

A viagem para os Estados Unidos não será a primeira para acompanhar o Botafogo. Matheus recorda de uma ida ao Nilton Santos, onde entrou em campo com o goleiro e ídolo botafoguense Gatito Fernandez, na vitória da equipe sobre o Corinthians por 1 a 0, em novembro de 2019.

Porém, o momento mais emocionante vivido em família foi a final da Libertadores de 2024, no Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, onde o Botafogo venceu o Atlético-MG por 3 a 1. Ana Carolina viu a conquista das arquibancadas da casa do River Plate com seu pai, motivo inicial da paixão pelo Glorioso, e também com Dias Júnior e Matheus, companheiros mais recentes de torcida. “O que a gente viveu na final da Libertadores foi uma experiência única. E a gente tem certeza que agora, nós quatro, porque a Manu vai também, será mais especial ainda, independente do resultado”, afirma a torcedora.

Para Dias Júnior, a conquista do título inédito da competição foi uma libertação para os botafoguenses. “Depois de tudo que a gente passou em 2023, foi realmente muito difícil. Em 2024, eu peguei birra e disse que não iria perder trabalho, perder tempo assistindo ao Botafogo, a menos que fosse para a final da Libertadores. Então não fomos ao Rio para nenhum jogo da Libertadores ou do Brasileirão, só a final”, conta.

Matheus relata que, conversando com um amigo que fez durante a viagem, acertou o placar da final, mas errou os autores dos gols do Botafogo. “Falei que teria gol do Luiz Henrique. Os outros gols foram impossíveis de acertar, Alex Telles e Júnior Santos, mas foi 3 a 1”, lembra.

familia botafoguense by arquivo pessoal
Dias Júnior, Matheus e Ana Carolina celebram o título da Libertadores nas ruas de Buenos Aires (Foto: Arquivo pessoal)

Expectativa para o Mundial

O Botafogo está no Grupo B, juntamente com Seattle Sounders – com quem faz a estreia no domingo (15), às 22h -, PSG e Atlético de Madrid. Matheus confessa que não espera que o Glorioso vença todos os seus adversários, mas que está ansioso para ver a equipe em campo no Rose Bowl. “Os jogos serão muito difíceis, mas vou torcer para dar certo. Vamos ver o que acontece e, se for igual ao ano passado, será bom”, projeta Matheus.

Para Dias Júnior, acompanhar o Mundial de perto será, ainda, desfrutar do título da Libertadores, conquistado em 2024. “Vou aproveitar o momento. Acho que o Botafogo vai sem responsabilidade, isso é mais tranquilo. Para mim, o fato de o PSG ter ganhado de 5 a 0 da Inter de Milão na final da Liga dos Campeões tira um peso. A responsabilidade toda é do PSG”, analisa.

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