Em meio à suspeição do pleito de 5 de outubro, vencido por José Luiz Mauler Júnior, o Juninho, o torcedor do Tupi desconhece qualquer integrante do plantel e da comissão técnica para a estreia do Carijó no Módulo II do Campeonato Mineiro. A estreia será no dia 8 de fevereiro, diante do Pouso Alegre, longe dos domínios do Estádio Municipal. Desde 1º de janeiro, o Alvinegro de Santa Terezinha é presidido provisoriamente por Myrian Fortuna, mas sob intervenção judicial. Ao passo que os efeitos do pleito seguem suspensos e a sua judicialização pela chapa SOS Tupi em trâmite na 7ª Vara Cível de Juiz de Fora, a abertura da temporada, cujo calendário será restrito ao torneio regional, aproxima-se sem que nenhum profissional do departamento de futebol assuma as rédeas do planejamento para 2020.
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Conforme apurou a Tribuna, uma reunião a ser realizada nesta quinta-feira (12), entre Myrian, o supervisor de futebol, Pitti, e Adil Pimenta – nome da chapa JR 2020 para a gerência de futebol – selará a designação do ex-jogador e diretor-técnico como responsável em organizar a pasta. Questionado pela Tribuna, Adil assegura, apenas, a reunião agendada, “sem horário, nem local”. A partir daí, como asseguram fontes ligadas à diretoria provisória, nomes de profissionais para a comissão técnica, para o elenco, além da data do início da pré-temporada devem ser colocados sobre a mesa. Até o momento, de acordo com informações de bastidores, tudo ainda estaria parado, apesar de alguns nomes oferecidos à agremiação, sobretudo de treinadores, como Aílton Ferraz, Gilberto Fonseca – auxiliar de Ricardo Drubscky na passagem pelo Carijó – e Sorato. As tentativas de contato por telefone e mensagem, nesta quarta (11), entre a reportagem e Myrian Fortuna, para um posicionamento, foram frustradas. Desde 31 de outubro, nenhum profissional de assessoria de imprensa responde pelo Alvinegro de Santa Terezinha.
À Tribuna, Pitti, representante do Tupi no conselho técnico do Módulo II junto à Federação Mineira de Futebol (FMF) e às demais agremiações, confirma, há um rascunho de planejamento. “Não podemos definir nada enquanto não houver uma nova diretoria. Então, estou tomando algumas decisões, mas não as estou tomando sozinho. Procuro ouvir, conversar, porque vai que, daqui a uma semana, ou dez, quinze dias, um novo grupo assume? Temos que estar alinhados. (…) Já existe um rascunho de planejamento pronto, precisamos decidir, deste rascunho, o que vai ser aproveitado. Logicamente não estamos parados. Já temos um planejamento sim. Mas não tem nada definido.” De acordo com Pitti, quaisquer definições dependem de sinalização da interventora nesta reunião. “Se a Myrian der carta branca, vou começar a fazer contatos, sondar, conversar. (…) Não sei se há conversas com jogadores. Eu, pelo menos, não conversei com ninguém.”
Ao passo que o Tupi carece de jogadores e comissão técnica, os adversários, ao menos, têm parte de elenco e comissão técnica formada. O Pouso Alegre, por exemplo, adversário da estreia, que ascendeu ao Módulo II em 2019, está em pré-temporada, sob o comando de Rogério Henrique, desde 2 de dezembro. O Athletic Club, por sua vez, desde a última segunda (9), sob a batuta de Gustavo Brandão. Guarani, Ipatinga, Mamoré e Nacional anunciaram treinadores: Wantuil Rodrigues, Gérson Evaristo, Toninho Cajuru e Gian Rodrigues, respectivamente.
Base
Como apenas jogadores sub-24 disputarão o Módulo II – exceção feita a sete atletas por clube -, com limite de 30 inscritos, o elenco deverá ser formado por jovens vice-campeões do Campeonato Mineiro sub-20 e a caminho da disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior 2020. “A ideia é aproveitar o que for possível e complementar o elenco com algumas peças experientes. Como a maioria do elenco vai ser sub-24, temos que ter um critério”, confirma Pitti. No entanto, há um temor em razão de eventual assédio de clubes maiores sobre os destaques do plantel a caminho do Estado de São Paulo. Serão aproveitados jogadores “à medida do possível”. “Quando um jogador se destaca lá, dificilmente ele retorna. Não podemos contar muito com os jogadores do sub-20”, atesta uma fonte de bastidor do clube.
Sem expectativa de sentença
Após a nomeação de Myrian Fortuna como administradora judicial, a chapa SOS Tupi impetrou recurso de embargo para questionar a decisão da juíza Ivanete Jota de Almeida, da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora, sob a argumentação de que a ex-presidente é ligada à chapa JR 2020. Entretanto, as partes aguardam apreciação do embargo. Além disso, Juninho pleiteou entrar no processo como parte interessada nos autos para apresentar as suas alegações, sendo atendido, em 5 de dezembro último, pela magistrada.
Em contrapartida, caso não haja manifestação em juízo, a SOS Tupi deve entrar com um agravo, em segunda instância, para maior celeridade do trâmite. A Tribuna questionou o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) a respeito do andamento processual, bem como do prazo para a sentença a respeito da anulação do pleito ser proferida. Entretanto, não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.