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Larissa Oliveira comemora recorde em Lima e fala sobre sua relação com JF

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Os brasileiros se acostumaram, sobretudo na edição dos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, a conviver com o sorriso de Larissa Oliveira no noticiário esportivo, antes, durante e depois dos mergulhos nas piscinas da capital peruana. Enquanto a juiz-forana se tornava a nadadora com maior número de medalhas do Brasil na história do evento – dez ao todo, sendo sete da última edição e três de Toronto, no Canadá, em 2015, empatada com a ginasta Daniele Hypolito se contabilizadas todas as modalidades no naipe feminino – e passava a ser carinhosamente chamada de “Miss Pan”, cada ida ao pódio simbolizava um sentimento especial em relação aos capítulos passados na vida da atleta, que concedeu entrevista exclusiva à Tribuna.

“Acho que cada competição me dá uma felicidade diferente. Umas mais e outras menos. Mas com certeza o Pan vai ter sempre um lugar especial no meu coração. Me marcou bastante. É muito bom entrar para a história como a maior medalhista mulher de Jogos Pan-Americanos”.

Com apenas 26 anos, Larissa foi mais veloz que a maioria de suas adversárias nas águas. Colecionadora de vitórias pelo Clube Bom Pastor, Pinheiros (SP) e Seleção Brasileira, a juiz-forana registrou marca de 55s25 na prova mais tradicional do esporte aquático, os 100m livre, sendo a primeira vez, desde 2007, que a natação feminina do país subiu ao pódio na distância, com o bronze no peito. Como se não fosse suficiente, ela se tornou, ainda, a primeira nadadora a conquistar sete medalhas em uma mesma edição de Pan-Americano.

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Juiz-forana se tornou a nadadora com maior número de medalhas do Brasil na história do evento – dez ao todo (Foto: Wander Roberto/COB)

Além do terceiro lugar nos 100m livre em Lima, Larissa foi campeã no revezamento 4x100m medley misto, prata também nas provas de 4x100m livre e 4x100m livre misto, e bronze nos 200m livre e nos revezamentos 4x200m livre e 4x100m medley.

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‘Precisamos nos reinventar’

Longe de serem um fardo somente para Larissa, os obstáculos que surgem na vida dos desportistas se mostram recorrentes, independente da modalidade e do grau das dificuldades. Desde sua saída de Juiz de Fora, a nadadora conta que precisou se atualizar. Deu voltas por cima e voltou a se reerguer, como no próprio Pan-Americano de Lima.

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Em março de 2017, por exemplo, Larissa passou, certamente, por um dos momentos mais delicados de seus 26 anos. Enquanto dirigia na Marginal Pinheiros rumo à faculdade de Educação Física, parte de uma árvore acabou caindo sobre o seu carro, parado por conta do trânsito lento no local. O galho acabou perfurando a coxa direita da atleta, que, apesar de não ter vasos e artérias prejudicados, foi obrigada a passar por procedimento cirúrgico, retornando ao esporte mais de dois meses depois.

“Cada medalha tem um sentimento de superação e resiliência. Acidentes, momentos difíceis e turbulentos, incertezas e competições frustrantes requerem uma força de persistência muito grande, e precisa

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mos nos reinventar a cada temporada. Então é muito gratificante conseguir uma medalha. Sete então…”, analisa Larissa.

‘Não tenho mais nenhuma relação esportiva com JF’

É tarefa árdua dimensionar o que Larissa já deu a Juiz de Fora, representando sua cidade natal durante competições em todo o mundo com a camisa verde e amarela. A atleta, contudo, parece não ter recebido, desde que deixou a Zona da Mata mineira, ou mesmo quando retorna a sua casa, qualquer suporte do município para que siga colecionando resultados em âmbito internacional. Questionada sobre sua relação com Juiz de Fora, Larissa é crítica e transparente.

Mesmo com as medalhas e representando JF internacionalmente, Larissa, quando retorna para sua cidade natal em visita à família, precisa buscar parceiros para suas demandas de atleta (Foto: Abelardo Mendes/rededoesporte.gov.br)

“Não tenho mais nenhuma relação esportiva com a cidade. Ainda não tenho planos para quando for parar de nadar, não imagino onde vou morar, o que vou focar como profissão. Mas é uma pena, pois é uma cidade com grande potencial e que, infelizmente, não oferece nenhuma estrutura a atletas de alto rendimento. Pelo menos quando eu ainda morava em Juiz de Fora e até nos dias de hoje, quando volto, nunca foi oferecido nada. Como sempre foi, eu e minha família temos que correr atrás de algum lugar para treinar e fazer a preparação física”, explica.

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Estados Unidos, Itália, Inglaterra e China

Virada a página do Pan-Americano em sua carreira, Larissa tem como principal meta, naturalmente, a classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Antes disso, contudo, a nadadora seguirá rodando o mundo em duas competições diferentes. A partir do dia 4 de outubro, ela nada uma competição que estreia no calendário dos principais atletas de piscina curta do mundo. A juiz-forana irá disputar a primeira etapa da International Swim League (ISL), novo evento de natação, independente da Federação Internacional da modalidade (Fina), idealizado e organizado pelo bilionário ucraniano Konstantin Grigorishin.

Nele, Larissa defenderá uma das oito equipes formadas por uma espécie de seleção internacional, com atletas de ponta de todo o mundo, que não tenham histórico de exames de doping positivo, em busca de premiações milionárias para nadadores e técnicos. “É um formato novo que pretende divulgar mais a natação e os atletas. Vou competir por um time europeu, da Itália, o Aqua Centurions. São três competições em piscinas de 25 metros, e as minhas provas são do grupo A, em Indianápolis (Estados Unidos), Nápoles (Itália) e Londres (Inglaterra). E se meu time for para a final, teremos mais uma em Las Vegas (Estados Unidos). Ainda no meio dessas competições tenho o Mundial Militar em Wuhan, na China, de 19 a 23 de outubro.”

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