Tupi vence o ASA por 2 a 0
O sonho do Tupi de subir à Série B do Campeonato Brasileiro e dar o maior voo de sua história segue mais vivo do que nunca. Na primeira partida das quartas de final da Terceirona, ontem à noite, o Galo Carijó fez o dever de casa e não deixou o ASA de Arapiraca colocar as asinhas de fora no Estádio Municipal. Com o apoio de uma torcida vibrante, os juiz-foranos pularam na frente no mata-mata e venceram por 2 a 0. O caminho da vitória foi construído pelo alto e na bola parada do meia Marco Goiano, que serviu os zagueiros Sidimar e Fabrício Soares, que marcaram os gols de cabeça. Agora, os comandados do técnico Leston Júnior têm praticamente duas semanas para acertar os detalhes até o jogo da volta, dia 19, nas Alagoas. Pelo acesso, os juiz-foranos podem até perder por um gol de diferença no jogo da volta. Empate ou vitória também dão a vaga ao Alvinegro de Santa Terezinha.
O primeiro tempo da partida começou com o Tupi mais intenso, com muita velocidade, buscando as jogadas pelas laterais. A postura era digna da decisão e da ambição de quem quer chegar à Série B. Faltou ensaiar com a defesa adversária, que, bem postada, dava segurança ao ASA. Assim, os donos da casa tinham como principal arma a bola parada do meia Marco Goiano.
Depois de quatro tentativas de servir os companheiros – três escanteios e uma falta – o camisa 10 carijó partiu para nova cobrança na intermediária, pelo lado direito de ataque. A bola alçada para o meio da área encontrou o zagueiro Sidimar na marca do pênalti. Com ou sem asas, o defensor subiu de elevador até a cobertura do Estádio Municipal e cabeceou certeiro, no ângulo do goleiro Pedro Henrique, que só observou o Galo Carijó abrir o placar aos 15 minutos.
A partir daí os donos da casa começaram a voar baixo e sufocar os visitantes na base da velocidade e da troca de passes. Assim como a torcida, o time estava ligado. Aos 21, mais uma vez Marco Goiano levou perigo ao gol dos alagoanos em cobrança de escanteio. Por muito pouco, a arquibancada – que jogava junto – não empurrou para o fundo do gol.
O Tupi chegou novamente aos 25, quando respondeu chute de fora da área do time de Arapiraca, que fez o goleiro Glaysson bater roupa. O atacante Felipe Augusto partiu em boa arrancada no contra-ataque, deixou os marcadores para trás e bateu da intermediária. Assustado, Pedro Henrique teve que sujar o uniforme e fazer boa defesa no chão.
A partir daí, o ASA voltou para o jogo e foi a vez de a zaga carijó – com certo atabalhoamento – mostrar que também estava ligada no jogo. Aos 35, um susto. Valdanes bateu, Glaysson defendeu, e o ataque adversário chegou a aproveitar o rebote e empurrar para o fundo das redes, mas a arbitragem apontou impedimento.
A resposta à pressão? Bola parada de Marco Goiano! Do mesmo local de onde saiu o primeiro gol, o camisa 10 cobrou na cabeça de Bruno Ré, que desviou rente à trave direita. No último ato do bom primeiro tempo, a defesa do Tupi fez ligação direta e a bola voou até achar o pé de Felipe Augusto. O camisa 11 invadiu a área e chutou cruzado, para defesa de Pedro Henrique.
Mais um
O ASA retornou para a etapa final tentando o empate, mas o Tupi mantinha a mesma disposição da etapa inicial. O jogo ganhou em equilíbrio e emoção, mas o primeiro lance de perigo foi do Galo Carijó, aos 7. Bruno Ré invadiu a área pela esquerda e bateu cruzado, mas viu a defesa alagoana cortar para escanteio.
Como uma boa decisão, as duas equipes passaram a buscar o ataque. Mais constantes no campo adversário, os alagoanos não conseguiam levar perigo ao gol de Glaysson. Os donos da casa, por outro lado, repetiam o roteiro. Aos 14, falta na intermediária ofensiva. Marco Goiano na bola. O camisa 10 deixou de ser garçom e cobrou, direto, assustando Pedro Henrique. Só que a bola desviou na zaga, e Goiano voltou a ser servir os companheiros em cobrança de escanteio. Bola fechada, desvio na primeira trave e o zagueiro Fabrício Soares apareceu para colocar o Tupi ainda mais em vantagem: 2 a 0, aos 16.
A partir daí, a torcida não parou mais de cantar, e a vitória se consolidava regida pelo coro “vamos subir, Galo”! Mas o triunfo não seria construído sem sustos. Aos 34. O volante Max Carrasco cobrou falta da intermediária, a zaga cortou mal e, no tumulto, a bola ficou dividida sobre a linha de gol de Glaysson. Os alagoanos chegaram a comemorar, mas a arbitragem pegou falta de ataque, anulando o lance, assegurando a festa na arquibancada, que seguiu até o fim, mesmo diante da pressão dos visitantes e os 5 minutos de acréscimos dados pela arbitragem.
Com a vitória, e como não levou gols em Juiz de Fora, a vantagem do Tupi na partida de volta pode ser ainda maior, caso a equipe local balance as redes em Arapiraca. Nesse caso, até mesmo uma derrota por dois gols de diferença garante os juiz-foranos na Série B do Brasileirão.