Trabalhadores paralisam atividades em fábricas de móveis em Ubá
Atualizada às 16h31

Uma mobilização, realizada pelo Sindicato dos Marceneiros de Ubá, reuniu trabalhadores de fábricas de móveis daquela cidade, na manhã desta segunda-feira (17). Pelas contas da entidade de classe, cerca de 400 funcionários aderiram ao movimento, em atos realizados na porta das fábricas Ferrari, Lara Móveis e Silmag Estofados. O protesto foi realizado em parceria com outras entidades de classe, como Sindicato de Metalúrgicos, Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) e Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A categoria luta pela celebração do acordo coletivo, cuja data base venceu em setembro. Os trabalhadores reivindicam 9,68% de reajuste e melhores condições de trabalho. Além disso, são contrários à aprovação de reformas trabalhistas em discussão em Brasília.
Segundo o presidente do Sindicato dos Marceneiros de Ubá, José Carlos Reis Pereira, a intenção da categoria é fazer um “festival de greve” até terça-feira, reunindo, pelo menos, outras quatro empresas do ramo moveleiro da cidade. Além das paralisações nesta semana, com possibilidade de greve geral, a categoria promete interromper os trabalhos no dia 28 de abril, quando um movimento geral está previsto para acontecer em todo o país.
“Temos o maior pólo moveleiro do estado e, mesmo com grande faturamento das empresas, estamos convivendo com problemas de saúde dos funcionários, acidente de trabalho e até atrasos de salários. Além disso, querem tirar o direito do trabalhador.”
José Carlos Reis Pereira, presidente do Sindicato dos Marceneiros de Ubá
O Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind), por meio de nota, afirmou que, acerca das negociações referentes à convenção coletiva da categoria 2016/2017, as empresas já ofereceram índice de reajuste de 8%. “Neste sentido, sugerimos a todas as indústrias que procedessem aos trabalhadores a antecipação do referido índice oferecido, até a concretização das negociações.” A entidade salienta que, “apesar da oposição do sindicato laboral, quanto ao índice acima citado e já oferecido anteriormente, todo o esforço continua sendo realizado pelo Intersind para que as negociações se concretizem”.
O Intersind destacou, ainda, que a instauração de dissídio coletivo se deu, exclusivamente, por interesse e vontade do sindicato laboral. “Entendemos que o melhor caminho, neste momento de enfrentamento da crise, é a busca de uma negociação justa, assim, além de garantir um reajuste adequado à atual situação da economia brasileira, será possível garantir também a manutenção dos postos de trabalho e de milhares de empregos ao cidadão ubaense.”
Procurada pela Tribuna, a Ferrari informou que vai se pronunciar posteriormente. A Silmag preferiu não comentar o assunto, e a direção da Lara não retornou as ligações.