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Como saber se o azeite está adulterado? Veja dicas para garantir a qualidade do produto

consumidor confere rótulo do azeite
Preço do azeite subiu quase 50% nos últimos 12 meses (Foto: Felipe Couri)
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O azeite de oliva se tornou quase um artigo de luxo na casa dos brasileiros. O preço do produto aumentou quase 50% nos últimos 12 meses, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A alta se apresentou como prato cheio para golpistas que procuram lucrar em cima de produtos adulterados. Em Juiz de Fora, mais de 2.400 litros de azeite foram apreendidos pelo Procon em menos de duas semanas.

A equipe de fiscalização encontrou irregularidades como divergências no registro do produto e falta de informações nos rótulos. Mas como saber se o azeite adquirido é original ou foi adulterado? A Tribuna conversou com dois especialistas, que, além de darem dicas para garantir a qualidade do produto, falam sobre testes que podem ser feitos em casa para saber se o azeite de oliva que você comprou é verdadeiro ou não. 

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Cuidados na hora da compra

Estar atento a embalagens e, se puder, optar por marcas reconhecidas no mercado, são dicas básicas que a professora de Gastronomia do Instituto Gastronômico das Américas de Juiz de Fora (IGA-JF), Jéssica Nascimento, dá ao consumidor. De acordo com ela, é muito importante ler o rótulo do produto pois, por um descuido básico, o consumidor pode levar um óleo composto achando que é azeite, visto que, visualmente, as embalagens são muito parecidas. “Os óleos compostos possuem, no máximo, 30% de azeite de oliva em sua composição”, explica.

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Para João Simoncini, gastrônomo e professor no Centro de Ensino Superior UniAcademia de Juiz de Fora, os consumidores que buscam um azeite de qualidade também precisam estar atentos à origem do produto. “É legal saber se aquele produtor é confiável. No Brasil temos produção de azeite em vários estados, a exemplo de Minas Gerais. Temos azeites que são produzidos bem perto de Juiz de Fora e não ficam atrás em termos de qualidade de um azeite espanhol, italiano, grego.” Outro ponto é olhar a data do envase. Segundo João, não é recomendado azeite com mais de um ano de produção, pois ele pode perder parte de suas propriedades. 

Teste em casa

Jéssica ensina um teste fácil, que pode ser feito em casa, para comprovar a veracidade do azeite. O azeite de oliva é um óleo vegetal que congela. Ao congelar, ele assume um aspecto amarelado e essa cor é muito importante para definir se ele é, de fato, um azeite verdadeiro. Caso o consumidor perceba que o azeite não congelou e assumiu uma forma pastosa e esbranquiçada, é bem possível que ele esteja misturado com outro óleo.

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O aroma e o gosto também são outros indicativos. O cheiro natural do azeite é semelhante ao de azeitonas frescas. Um óleo composto, por outro lado, possui cheiro muito parecido com o de óleo de soja.

“Se você comprou o azeite e está em dúvida de sua veracidade, você pode sentir o aroma e sabor. Alguns azeites trazem um amargor e picância que estão vinculados à presença de fenois, poderosos antioxidantes. O amargor pode ser sentido, mas não deve ser exacerbado. A qualidade também pode estar vinculada à acidez. Um azeite muito ácido é um azeite de baixa qualidade. Tudo isso parte do método de extração”, explica João.

Azeite virgem, extra virgem ou tipo simples?

Outra dúvida que pode surgir na hora da compra do azeite é qual levar. Há diferentes tipos, com diferentes preços, mas e a qualidade? Conforme explica Jéssica, a diferenciação entre azeite extra virgem, virgem e tipo simples se dá por conta da acidez. “Quanto menos acidez, melhor para o consumo e mais saudável ele é. O azeite que tem menos acidez é o azeite extra virgem, que precisa ter teor menor que 0,8%.” Essa acidez é determinada por meio da forma de extração, que, no caso do azeite extra virgem, é obtido pela primeira prensagem a frio das azeitonas mais saudáveis do olival, sem adição de outros óleos.

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Já o azeite virgem tem as mesmas características do extra virgem, mas a prensagem das azeitonas é feita duas vezes, aumentando o valor calórico do óleo. Tem uma acidez entre 0,8% e 2%. O azeite tipo único é uma mistura de azeites refinados e azeites virgens. Ele é obtido a partir da refinação de azeites defeituosos, que não atingiram os parâmetros de qualidade para se classificarem como virgem ou extravirgem. O azeite tipo único tem uma acidez que não pode ser superior a 1%.

 

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