A cena é coletiva
Não se faz teatro sozinho; em cada espetáculo nasce do trabalho silencioso de quem divulga, apoia, empresta e indica

O teatro é coletivo. Não apenas no palco, mas também fora dele. Por trás de cada estreia há uma rede de apoio silenciosa: quem ajuda na montagem, quem divulga, quem faz o cartaz, quem cede o espaço. Quando um grupo vai à cena, raramente vai sozinho. É fruto de trocas, não apenas com o público, mas com aqueles que ajudam.
Em tempos de escassez, a sobrevivência de um grupo depende também da generosidade de outros. É preciso compreender que apoiar o colega é fortalecer o todo. Quando uma companhia ocupa um teatro, ela abre caminho para outras; quando um grupo lota uma sala, revela que há, sim, público para todos.
Juiz de Fora tem provado isso, mesmo engatinhando entre parcerias, colaborações e pequenas ajudas, a cena tem estado, em parte, unida. Ainda que falte incentivo, há um sentimento de comunidade que mantém o teatro respirando. O desafio agora é transformar essa solidariedade em estrutura: que o apoio entre artistas inspire também o apoio das instituições, do poder público e da iniciativa privada.
Porque o teatro é, antes de tudo, aliança. E, para uma cidade que deseja voltar a ser ‘polo teatro’ é aquela em que os artistas formam uma cena, não pequenos grupos.
Pensando nisso, surgiu o grupo “Palco da Mata”. Uma iniciativa conjunta para que grupos, companhias e produtores possam formar uma rede de divulgação das peças em cartaz, com a possibilidade de oferecer cupons e descontos aos membros de outros grupos.
O projeto funciona por meio de um grupo no Whatsapp que pode ser acessado aqui.
Dentro do grupo, apenas os administradores podem enviar mensagens, sendo assim, aqueles que desejam divulgar seus espetáculos devem procurar um administrador e enviar a arte de divulgação e o texto para que possa ser enviado no grupo. A ideia é que a rede funcione de forma comunitária, para que todos divulguem todos os espetáculos de Juiz de Fora e da Zona da Mata mineira. Uma iniciativa simples, mas que ajuda a fortalecer, aos poucos, o teatro na região.
Projeção Nacional
O dramaturgo, ator, diretor e professor da Sala de Giz, Felipe Moratori, foi selecionado, entre mais de 250 inscrições, para compor uma coletânea da Editora Javali, que vai reunir textos de diversas dramaturgas e dramaturgos do país. Felipe foi selecionado com o texto “Valsa para quem fica”.
Em Cartaz:
A bênção das águas:
Entre trouxas de roupa e muitas memórias, três mulheres transformam o ato de lavar em gesto de resistência, fé e memória. Nas margens do rio, histórias silenciadas vêm à tona, revelando uma vida inteira de experiências e ancestralidade.
- Dia 14 de novembro sessão extra às 18h e 20h, no Teatro Paschoal Carlos Magno.
- Entrada gratuita
- Direção e dramaturgia: Raíssa Garcia
- Elenco: Laís Aguiar, Negah Silva, Samanta Silva e Tainá
“Volta por cima” – Grupo Divulgação
Uma viúva, após anos de completa felicidade com o marido, descobre ter sido traída por ele. Não bastasse a decepção, eis que surge um filho bastardo, fruto de uma relação do companheiro fora do casamento. Texto e direção de José Luiz Ribeiro.
- No Forum da Cultura (Rua Santo Antônio, 1112 – Centro)
- Ultíma semana: quarta a sábado, sempre às 20h, até 15 de novembro
- Ingressos: reservas antecipadas pelo WhatsApp/telefone (32) 99906-3850
OUTRA
Um encontro entre duas mulheres, dois corpos e duas experiências que se confrontam e se reconhecem. OUTRA é uma criação sobre diferença e proximidade em mergulho nas camadas do racismo e do machismo estruturais, nas tensões entre branquitude e negritude, igualdade e alteridade.
- Do dia 10 a 13 de novembro (segunda a quinta), às 19h30, no Teatro Paschoal Carlos Magno
- Entrada gratuita com retirada de ingressos no Sympla
- Direção e criação: Letícia Nabuco
- Criação e atuação: Ciça Liberdade
Três noites e três encontros: Cia Eita! e Remiwl
O Teatro Paschoal Carlos Magno recebe o encontro de dois grandes grupos da cidade em uma temporada especial. A Cia Eita! apresenta o premiado Quanto Vale? e o recém-montado Peter e Wendy, enquanto o grupo Remiwl celebra 20 anos de trajetória com o espetáculo Sentença. Três obras que reafirmam o vigor e a diversidade da cena juiz-forana.
- No Teatro Paschoal Carlos Magno
- Quanto Vale? – 27/11 às 20h
- Sentença – 28/11 às 20h
- Peter e Wendy – 29/11 às 20h
- Ingressos promocionais disponíveis









