Sambista Nelson Sargento morre aos 96 anos de Covid-19
Artista foi diagnosticado com coronavírus na última sexta-feira quando foi internado
Morreu nesta quinta-feira (27) , aos 96 anos, o sambista Nelson Sargento, presidente de honra da Estação Primeira de Mangueira. O óbito foi constatado às 10h45, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Ele foi diagnosticado com Covid-19 na sexta-feira (21) ao ser internado no Inca.
O artista já havia tomado as duas doses da vacina contra a Covid-19 em fevereiro. Em 31 de janeiro, Nelson foi escolhido para participar da cerimônia que marcou o início da etapa de vacinação de idosos no Rio de Janeiro. Além de ter sido um dos maiores sambistas do país, Sargento ficou marcado na arte brasileira por seu trabalho como cantor, compositor, ator e escritor.
Carreira
A imagem de Nelson Sargento remete a samba e carnaval. Com apenas 18 anos se integrou à ala dos compositores da escola de samba Mangueira, e, desde então, virou atração nos desfiles do carnaval do Rio.
Sua obra é extensa. Compôs cerca de 400 canções e gravou 30 discos. Sucessos como “Ciúme Doentio” – em parceria com Cartola -, “Agoniza, Mas Não Morre”, “Encanto da Paisagem” e “Século do Samba” marcaram a trajetória do artista e de tantos amantes do carnaval.
Nasceu em 25 de julho de 1924, filho de Rosa Maria da Conceição. Conheceu o samba ainda pequeno no Morro do Salgueiro, local onde foi criado. Aos 10 anos desfilou na bateria da Azul e Branco, escola que futuramente vinha ser a Acadêmicos do Salgueiro.
Nelson participou do grupo A Voz do Morro junto de grandes nomes do samba, como Paulinho da Viola e Jair do Cavaquinho. Além de ter feito várias parcerias com grandes nomes da música brasileira, entre eles Cartola, Darcy da Mangueira, Daniel Gonzaga e Rô Fonseca.
Há sua despedida, mas as músicas do artista se eternizam na memória. “Brilha no céu o astro rei com fulguração, abrasando a terra, anunciando o verão (Primavera, samba-enredo da Mangueira em 1955. Composição de Nelson Sargento com Jamelão)”.