Emi inicia carreira no funk com single ‘O jogo virou’
Há um ano e meio estudante de fisioterapia, juiz-forana de 20 anos busca lugar na cena carioca com videoclipe lançado nesta quarta
Em agosto de 2019, a juiz-forana Emilly Martes, 20 anos, então estudante de fisioterapia, decidiu desistir da graduação e partiu rumo ao Rio de Janeiro. Era apenas o início da faculdade, dois semestres. Emilly queria mesmo “mudar a vida”, como, por exemplo, iniciar uma carreira na cena do funk carioca. Talvez até mudar de nome. Já como Emi, ela lança, nesta quarta-feira (24), por meio das próprias redes sociais, “O jogo virou”, o primeiro single da carreira. A música será lançada com videoclipe produzido e dirigido por Rafael Ferrero, que também assina a composição ao lado da própria Emi.
Em entrevista por e-mail à Tribuna, Emi explica que o single se baseia na história de uma menina que, motivo de chacota, dá a volta por cima em busca de se vingar daqueles que dela desdenharam. “Definimos que a mensagem inicial do trabalho seria a de superação e que contaríamos a história de uma menina impopular entre o restante”, afirma. “Na composição, é possível encontrar algumas ações que fazem link com a minha vida real. A minha viagem a Dubai é uma das ações que vivenciei e quis trazer para o trabalho.” O clipe foi gravado na Barra da Tijuca, bairro de classe média alta da Zona Oeste do Rio.
De acordo com Emi, a intenção é apresentá-la ao público a partir de uma história em que a mulher é a referência, uma vez que o protagonismo no funk é muitas vezes assumido pelos homens. “A história é contada de trás pra frente, onde o ‘fim de festa’ dá abertura ao trabalho, para que o espectador entenda que a única personagem que sobrevive à bebedeira de uma noite agitada sou eu, que aparece em cima dos caras que no passado desdenharam dela.”
Artes cênicas
A necessidade de atuar em videoclipes na nova carreira levou Emi a investir em estudos de artes cênicas na Casa das Artes Laranjeiras (CAL), o que lhe oferece “tudo o que preciso e mais um pouco”. “Estou buscando me aperfeiçoar como atriz multifacetada que no palco canta, dança e interpreta. Escolhi as artes cênicas por ser um curso completo e, no meu trabalho, exige tudo isso que aprendo na CAL. Preciso saber interpretar para os clipes, dançar nos shows e cantar.” Questionada, Emi admite que a carreira de Anitta é a inspiração. “Certamente, não só pela gestão da própria carreira, mas musical também, pois ela traz consigo uma visão vanguardista dentro da música, sem medo de lançar algo inovador e com muito estudo em sua trajetória.”
A aposta na carreira musical em meio à pandemia de Covid-19 lança Emi ao funk carioca sem uma apresentação ao vivo sequer. E não há ainda previsão alguma para que aconteça. “Ainda não temos noção de quando poderemos iniciar as apresentações. Com isso, estamos focando em produzir o meu repertório para quando estivermos livres da pandemia iniciarmos as rotinas de shows.” Ao menos Emi já se prepara para um novo trabalho, que, como revela, muito provavelmente será em colaboração com algum artista do funk do Rio de Janeiro.