Melhor repórter investigativa: Daniela Arbex vence Troféu Mulher Imprensa
Jornalista foi eleita, por voto do público, a melhor repórter investigativa do país em 14ª edição de prêmio promovido pela Revista e pelo Portal Imprensa
O talento e a competência da jornalista juiz-forana Daniela Arbex foram reconhecidos uma vez mais pelo Brasil. Divulgado na tarde desta segunda-feira (9), o resultado da votação do Prêmio Mulher Imprensa aponta Daniela como a melhor repórter investigativa do país. A votação foi aberta, e a juiz-forana recebeu 36% dos votos, à frente de Patrícia Campos Mello, do jornal “Folha de S.Paulo”, que ficou com 30,7%. Ainda participaram, na mesma categoria, as repórteres Andrea Dip, da Agência Pública, com 12%; Bela Megale (O Globo/Época), com 11%; e Thaís Bilenky (Revista Piauí), com 10,2%.
“”Fiquei duplamente feliz. Primeiro porque a escolha dos finalistas foi feita por um júri de excelência, formado só por jornalistas do país. Fui escolhida finalista pelos meus pares e eleita vencedora pelos leitores, principalmente. É uma alegria dupla. É um reconhecimento da minha área e também pelas pessoas afetadas pelo meu trabalho, que são os leitores das matérias e dos livros. Isso mostra, também, o alcance do meu trabalho. De todas as colegas que concorreram, grandes e incríveis colegas, eu era a única sem veículo de comunicação, a única que entrou como jornalista independente. Eu não tinha a grande mídia do meu lado, nesse sentido de ser respaldada por um veículo. Ainda assim houve esse reconhecimento público. É um grande estímulo para continuar fazendo o que sempre fiz, um jornalismo de qualidade independente da plataforma e que percebo que, cada vez mais, toca as pessoas”, emociona-se Daniela Arbex, repórter especial da Tribuna por mais de duas décadas.
“Continuo encarando meu trabalho, mesmo fora da redação, com muita responsabilidade e percebendo, cada vez mais, o tamanho do alcance desse trabalho. Meus livros têm sido adotados não só em faculdades de jornalismo, mas de medicina, psicologia, direito, sociologia e filosofia. Isso mostra o alcance desse jornalismo de qualidade, o quanto a potência da palavra é transformadora”, acrescenta a jornalista, autora dos best-sellers “Holocausto brasileiro”, “Cova 312” e “Todo dia a mesma noite”. Em junho, Daniela lança um novo livro. “Cada novo desafio encaro como se fosse a primeira vez. São desafios novos, no sentido de que não sei o que vou encontrar. Nunca é uma receita de bolo, uma investigação e um trabalho literário. Cada novo trabalho me traz novos desafios e novos aprendizados. É muito rico esse contato com a rua, com as pessoas”, diz ela, que pela primeira vez envereda-se pelo gênero biografia. “Pude conhecer o ser humano em profundidade. Foi mais um aprendizado.”
O resultado foi publicado um dia após o Dia Internacional da Mulher e valoriza a produção feminina no país. A edição deste ano do reconhecido prêmio também contemplou outros 17 projetos ou profissionais, como a global Maria Júlia Coutinho, eleita melhor âncora do telejornalismo, Djamila Ribeiro, como melhor colunista de jornal, por sua contribuição com a “Folha de S. Paulo” e Ilze Scamparini, na categoria correspondente. Para Daniela, trata-se de um incentivo para os dias que chegam. “Quero continuar fazendo jornalismo e quero fazer do jornalismo um instrumento de não-silenciamento e visibilidade para questões prioritárias, humanitárias, sensíveis e necessárias, principalmente no atual momento que a gente vive, quando há um esforço para descredibilizar a imprensa”, discute a jornalista. As finalistas foram definidas por um júri de 48 profissionais renomados, e a votação popular mobilizou mais de 40 mil pessoas, entre os dias 3 de fevereiro e 2 de março deste ano. Todas as vencedoras receberão o troféu, em cerimônia ainda sem data, na capital paulista.