Mudança de endereço Em busca da ‘casa própria’


CROQUI DA Passarela do Samba ainda passará pela avaliação da Prefeitura DIVULGAÇÃO

CROQUI DA Passarela do Samba ainda passará pela avaliação da Prefeitura DIVULGAÇÃO

Liga das Escolas de Samba divulga detalhes dos desfiles de carnaval, que serão realizados pela primeira vez no Parque de Exposições

Este carnaval não será igual ao que passou. A Liga Independente das Escolas de Samba de Juiz de Fora (Liesjuf) anunciou que chegou a um acordo com a Funalfa a respeito da estrutura do desfile das escolas de samba da cidade, que acontecerá nos dias 18 e 19 de fevereiro, após o hiato ocorrido em 2016. Segundo um dos integrantes da diretoria de carnaval da Liga, Henrique Araújo, as novidades vão além da mudança do local do desfile, já confirmado anteriormente para o Parque de Exposições no lugar da Avenida Brasil, e passam também por uma estrutura melhor organizada que visa a oferecer maior proximidade entre os foliões e o público, mais conforto e segurança, outras opções de lazer, menor impacto nas vias urbanas e o sonho de uma Passarela do Samba em caráter permanente. O edital para a licitação da empresa responsável pela montagem da estrutura já foi publicado, e a Funalfa deve anunciar nos próximos dias mais detalhes sobre o evento junto com a programação da folia juiz-forana.

Ainda de acordo com Henrique, a proposta da Liesjuf, apresentada à Funalfa e aprovada no final do ano passado, é resultado de estudos que tiveram início ainda em 2015. “Sabíamos que o carnaval precisava passar por uma readequação por vários motivos, incluindo aí a crise econômica. Começamos a pensar numa nova forma de fazer os desfiles, com uma reestruturação que privilegiasse as escolas e não causasse transtornos nas vias urbanas”, diz Henrique. “Como não houve desfile em 2016, tivemos esse prazo para estudar. Após várias reuniões, vimos que o Parque de Exposições seria perfeito.”

Dentre as questões que a Liga precisou analisar, Henrique Araújo diz que fazia parte da lista a necessidade de se realizar um desfile melhor em termos de estrutura, com mais segurança para o público e que não causasse transtornos para a população com o fechamento de ruas e avenidas, como ocorria quando as escolas apresentavam seus enredos nas avenidas Barão do Rio Branco e Brasil. O estudo que viabilizou o projeto levou cerca de seis meses, com o projeto final atendendo, segundo Henrique, as exigências da Prefeitura, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.

NOVA PASSARELA

Conforme Henrique Araújo, a nova Passarela do Samba vai atender a antigas demandas das escolas de samba, como a inclusão do recuo para a bateria e área de concentração. A estrutura temporária terá arquibancadas tubulares com capacidade para cinco mil pessoas por noite. Já a passarela em si será mais curta, com 200 metros de extensão, levando em conta a nova realidade econômica e permitindo, assim, uma maior interação entre os foliões e o público.

Haverá ainda dois camarotes, um da Liga e outro da Prefeitura, além de espaços reservados para a corte do carnaval (Rei Momo, Rainha do Carnaval e suas princesas), as pessoas com deficiência os técnicos de som e os jurados, além de postos médico e policial e praça de alimentação, onde serão realizados shows após os desfiles.

“Teremos uma área fechada para guardar as alegorias, que não ficarão mais na rua”, adianta o diretor. “Será uma estrutura maior que a atual, mas com um custo menor e com mais segurança. O Parque de Exposições também tem a vantagem de ter estacionamento, o acesso não é complicado. E estamos vendo com os responsáveis pelo transporte público da cidade a possibilidade de colocarem ônibus especiais para transportar os integrantes das escolas e o público que vai acompanhar os desfiles. Acreditamos que o novo local será bem aceito pelas comunidades das escolas e também pela população em geral, que não sentirá tantos impactos.”

Ao transferir os desfiles para o Parque de Exposições, a Liga Independente das Escolas de Samba de Juiz de Fora planeja alcançar um antigo sonho das agremiações: ter uma estrutura fixa como os sambódromos do Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória e Campos (RJ), entre outros. “A ideia é ir melhorando a cada ano para que tenhamos um local fixo. Queremos uma estrutura como as que existem em outras cidades, mas sabemos que temos um longo caminho. O ideal seria ter ali um centro de cultura que pudesse ser utilizado fora do carnaval, a exemplo das estruturas que temos como padrão de comparação.”

A animação com o retorno dos desfiles, destaca o diretor, não é afetada pelas dificuldades financeiras enfrentadas. “A redução no valor a ser repassado para a estrutura dos desfiles foi de pelo menos 50% em relação a 2015. Para as escolas de samba ficou em 20%, com R$ 400 mil a serem divididos entre as agremiações. Porém, ao juntarmos esse valor às verbas que a Liga captou, mais o que as escolas arrecadam nas quadras e com a iniciativa privada, o orçamento para o desfile acaba sendo o mesmo, ou até mesmo maior, dependendo da escola.”

Para Henrique, esta é uma tendência vista em todo o país: a tentativa de onerar o mínimo possível os cofres públicos com o carnaval. “O que mais gerava custos era a parte de estrutura, então procuramos de desonerá-la, mas mantendo a qualidade. Esperamos que a iniciativa privada aumente sua participação no evento nos próximos anos ao ver as mudanças sendo promovidas, com mais organização nos desfiles, uma melhor divulgação, e lembrando que o carnaval movimenta a economia local.”

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