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Exército escolta novo comboio para garantir abastecimento em JF

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No total, 50 homens do 10º Batalhão de Infantaria Leve e do Pelotão de Polícia do Exército foram deslocados para escoltar os caminhões (Foto: Olavo Prazeres)
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Para garantir o reabastecimento de Juiz de Fora, um novo comboio foi escoltado pelas forças de segurança, na quarta-feira, desta vez, por dois pelotões do Exército. No total, 50 homens do 10º Batalhão de Infantaria Leve e do Pelotão de Polícia do Exército foram deslocados para escoltar pelo menos 37 caminhões que deixaram a cidade no início da tarde em direção a Duque de Caxias (RJ). No grupo, também havia batedores e motociclistas da corporação. Ao longo do trajeto, outros veículos aderiram ao comboio.

De acordo com o assessor da 4ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha), coronel Malbatan Leal, saíram do ponto de concentração, no Salvaterra, 37 caminhões, sendo 16 para transporte de alimentos perecíveis, nove para gás de cozinha e 12 destinados a combustíveis variados. No entanto, ao longo do itinerário, observou-se a incorporação de vários outros caminhões. Segundo o coronel, na passagem do pedágio de Simão Pereira, já era possível contar 73 veículos no comboio.

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Uma empresa de produtos derivados lácteos conseguiu, nesta quarta, seguir na escolta. Desde a última semana, a indústria, que tem no Estado do Rio de Janeiro um dos seus principais mercados, não conseguia escoar seus produtos. Na última segunda-feira (28), um veículo Ducato da empresa que se deslocava em direção ao Rio foi abordado por caminhoneiros paralisados na BR-040, na altura do município de Matias Barbosa, e levado para um pátio, impedindo a sua circulação. A PRF precisou ser acionada para que o veículo fosse liberado. A empresa, que prefere não ter seu nome divulgado, informou que ainda não fechou o cálculo dos prejuízos que teve durante os dias em que não circulou.

O comandante da 4ª Companhia de Policiamento Especializado da PM, o tenente-coronel Neir Adriano de Souza, lembrou que a escolta é para todos os caminhões que queiram buscar ou levar materiais para o Rio de Janeiro – qualquer tipo de mantimento, combustível, gás de cozinha -, e aqueles que queiram concluir, em segurança, o deslocamento para o Rio de Janeiro. “Estamos garantindo a saída dos caminhoneiros mantidos na greve coercitivamente”, explicou, garantindo que, enquanto houver necessidade, a escolta permanecerá. “Essa já é a terceira. A primeira foi feita pela PM para Betim. Na terça-feira, a PRF e o Exército fizeram para o Rio de Janeiro e hoje o Exército está fazendo para o Rio. Se tiver necessidade, vamos fazer mais deslocamentos.”

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A Prefeitura informou que qualquer caminhão de carga pode participar do comboio, e o único procedimento a ser seguido é passar por uma triagem da Polícia Rodoviária Federal no local e participar. Todavia, a realização de um novo comboio nos próximos dias ainda está sendo analisada.

Prefeito mantém racionamento de combustível

Apesar de 21 postos de Juiz de Fora terem recebido combustível, a situação na cidade ainda é de alerta. Segundo o prefeito Antônio Almas (PSDB), o racionamento será mantido até que tudo seja regularizado, o que deverá demorar pelo menos sete dias.

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Prefeito e autoridades militarem acompanharam a saída do comboio na BR-040 (Foto: Divulgação)

“Com relação ao abastecimento dos postos, a gente deu uma tranquilizada. Ainda há muitas filas, porque há uma logística que impõe esse racionamento. O decreto foi criado com esse objetivo de garantir a chegada, com isonomia, do combustível para os cidadãos. Esta é uma lógica de democratizar o acesso. Mesmo que o processo agora esteja sendo finalizado é preciso tempo para normalizar o transporte e o abastecimento. A gente acredita que ainda vai ter algum problema nos próximos sete dias, que é o período necessário para a reorganização na cidade. Mas agora podemos dizer para a população que há um pouco mais de tranquilidade”, afirmou, agradecendo o empenho da população nesses dias. “Que cada um possa adquirir novas culturas de responsabilidade social ao invés de pensar unicamente no indivíduo. Eu acho que o grande ganho desse processo foi isso. Apesar de a gente ter alguns que pensaram só em si, a grande maioria da população entendeu o momento que nós estávamos vivendo e o papel que a Prefeitura deveria desempenhar nesse momento”, avalia.

Quanto à denúncia de abusos no processo de aquisição de combustível, ele disse que a queixa foi recebida e desencadeou um momento pedagógico, quando a população se mobilizou no apoio ao controle dos abusos, com repercussões criminais, já que a polícia está averiguando o ocorrido. Na terça-feira, um taxista foi filmado supostamente retirando combustível do seu tanque e repassando a terceiros. “Do ponto de vista administrativo, conseguindo identificar a pessoa, nós tomaremos todas as medidas para puni-lo”, afirmou Almas que só definirá o retorno das aulas na rede pública municipal nesta sexta-feira.

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