Homicídio no Aeroporto: entre sócio e seguranças de casa de shows, ocorrência traz 8 suspeitos; PC confirma 5 presos
Após “desavença” em casa de shows, homem foi levado para rua no porta-malas de um carro e morto após ser espancado
Oito homens são suspeitos do homicídio de Sebastião Felipe Ribeiro Ladeira, de 37 anos, colocado dentro de um porta-malas, agredido, atropelado e morto após uma briga que teve início em uma casa de shows no Bairro Aeroporto, Cidade Alta, na madrugada deste domingo (23). Até o momento, segundo a Polícia Civil, cinco pessoas foram presas, de 31, 29, 43, 26 e 29 anos, entre apontadas na ocorrência policial como autores e co-autores do crime – o sócio do estabelecimento onde o conflito foi iniciado, três seguranças e um produtor de uma dupla sertaneja que se apresentou no espaço.
Segundo relato de testemunhas à Polícia Militar, a vítima foi colocada dentro do porta-malas de um carro e de lá o homem foi levado para a Rua Otávio Fernandes Coelho, a algumas quadras do estabelecimento. Outros três veículos chegaram na sequência com mais suspeitos.
O homem foi retirado do veículo e jogado no chão, onde ficou deitado enquanto recebia uma série de chutes e socos. Depois da sequência de agressões, os suspeitos retornaram aos carros e, durante a fuga, uma caminhonete supostamente ainda teria passado por cima da cabeça da vítima, conforme aponta o registro da PM. O Samu foi acionado e constatou o óbito ainda no local.
A Tribuna demandou a Polícia Civil que, em nota, afirmou que a perícia técnica foi acionada e realizou os trabalhos de praxe. “O caso foi recebido na Delegacia de Plantão, onde foi realizado um APFD (Auto de Prisão em Flagrante Delito), ratificando a prisão dos autores, cinco homens de 31, 29, 43, 26 e 29 anos. O caso foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Homicídios, onde segue em apuração.”
Outras informações sobre o caso serão divulgadas pela delegada responsável pelo inquérito, Camila Miller, durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira.

Nota de casa de shows diverge de boletim de ocorrência
A casa de shows Madeira Lounge publicou uma nota (na íntegra, ao final desta matéria), neste domingo, onde lamenta o ocorrido. “Diante de uma briga iniciada no interior da casa, nossa equipe de segurança agiu prontamente para conter a situação e retirar os envolvidos, seguindo todos os procedimentos adequados. Infelizmente, após a saída do estabelecimento, um episódio de violência ocorreu na via pública, resultando em uma tragédia que nos choca e entristece profundamente”, diz trecho do texto.
Contudo, segundo o boletim de ocorrência, três seguranças da boate, com idades entre 26 a 43 anos, e um dos sócios, 29, foram apontados como co-autores de homicídio por omissão. À polícia, os funcionários da casa de shows relataram que não contribuíram ativamente nas agressões, mas que acompanharam a violência.
Os três seguranças e o sócio da casa de shows ficaram no local enquanto o homem era morto. Segundo o relato dado à polícia, eles testemunharam que, mesmo após a vítima estar desacordada, os golpes continuaram a ser dados pelos suspeitos. Como em nenhum momento eles interferiram ou tentaram impedir os agressores, também foram presos.
Demais suspeitos eram frequentadores de casa de show
Mesmo após ser esclarecido sobre o direito de ficar em silêncio, o sócio relatou aos militares que os demais suspeitos eram frequentadores do estabelecimento. Ele indicou quatro suspeitos, 26 e 31 anos e seus respectivos endereços inseridos no cadastro da casa de show. Um deles já foi preso e o restante continua sendo procurado pela polícia.
Confira a nota completa da casa de shows:
“O Madeira’s Lounge vem a público manifestar seu mais profundo pesar e indignação pelos atos de violência ocorridos na madrugada de ontem (22/03/2025).
Prezamos pela segurança e pelo bem-estar de nossos clientes e colaboradores, e temos protocolos rigorosos para evitar qualquer tipo de conflito dentro de nossas dependências.
Diante de uma briga iniciada no interior da casa, nossa equipe de segurança agiu prontamente para conter a situação e retirar os envolvidos, seguindo todos os procedimentos adequados. Infelizmente, após a saída do estabelecimento, um episódio de violência ocorreu na via pública, resultando em uma tragédia que nos choca e entristece profundamente.
Reforçamos que não compactuamos com qualquer ato de violência e que estamos colaborando com as autoridades para a elucidação dos fatos. A segurança e integridade de todos sempre foram e continuarão sendo nossas prioridades.
Nos solidarizamos com a família e amigos da vítima neste momento difícil.
A casa não irá funcionar no dia de hoje (23/03).”
Tópicos: aeroporto / homicídio / Polícia Militar