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Mulher morre atropelada por ônibus no Poço Rico

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Foto: Leonardo Costa
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Uma mulher de 58 anos morreu após ser atropelada, na manhã desta quarta-feira (21), no Poço Rico, na Zona Sudeste de Juiz de Fora. Pouco depois das 10h30, ela foi atingida por um ônibus Volvo, de uma empresa de turismo, no cruzamento das ruas da Bahia e Pinto de Moura. A vítima morreu na hora e teve o óbito confirmado pelo Samu. Policiais militares isolaram a área com fitas e cones, impedindo o tráfego em parte da Rua da Bahia, às margens da linha férrea. Dois filhos da vítima chegaram ao local muito abalados. A mulher foi identificada como Jussara Domingos, moradora do bairro. Esse já é o sétimo atropelamento este mês em Juiz de Fora. Três deles resultaram em mortes nas duas últimas semanas.

No caso desta quarta, de acordo com o registro policial, o condutor disse que seguia pela Rua Pinto de Moura e, após efetuar uma meia parada no cruzamento com a Rua da Bahia, convergiu à esquerda, momento em que lateral esquerda do coletivo atingiu a pedestre, que atravessava a Bahia. A mulher foi derrubada no chão, e, ao pisar no freio, o motorista percebeu, com o balançar do ônibus, que havia passado por cima dela. Em seguida, ele desembarcou, ligando para a PM e o Samu.

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A perícia da Polícia Civil também foi acionada e realizou os levantamentos no local, sendo o corpo encaminhado para necropsia no Instituto Médico Legal (IML). Conforme a PM, o condutor foi detido por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), e levado para a 1ª Delegacia Regional, em Santa Terezinha. “No local, deparamos com o corpo e o ônibus parado. Foi feito o teste do etilômetro no motorista, que acusou zero porcentagem (de álcool). Ele fez uma conversão na esquina, a princípio proibida. Vai ser colocado na ocorrência, e o delegado tomará as devidas providências”, disse o policial militar responsável pelo caso, sargento Marques.

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A Settra informou que a Rua da Bahia foi totalmente interditada no trecho entre a Rua Pinto de Moura e a Avenida Brasil (alça do Viaduto Augusto Franco), e que agentes foram deslocados para controlar o trânsito. O desvio pôde ser feito pela margem direita da Avenida Brasil, acessando a Pinto de Moura. Pouco depois do meio-dia, o tráfego foi liberado.

Procurada pela Tribuna, a Nova Aliança Turismo, de Juiz de Fora, lamentou o acidente. Emocionada, a esposa do motorista e proprietário da empresa, 33, disse que a firma vai dar assistência à família da vítima. “Meu marido é um homem honesto e trabalhador. Infelizmente, foi uma fatalidade.”

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Sinalização

Moradores do Poço Rico reclamam que motoristas descumprem frequentemente as regras do trânsito no cruzamento das ruas da Bahia e Pinto de Moura, onde aconteceu o atropelamento fatal nesta quarta. Exatamente onde a vítima foi atingida, não há faixa de pedestres, apenas do outro lado do mesmo entroncamento. Já para os condutores que seguem pela Pinto de Moura, uma placa na saída da linha férrea avisa que o único sentido permitido é a conversão à direita, pela Rua da Bahia. Para trafegar à esquerda da mesma via, conforme as regras de trânsito, o motorista deve fazer uma volta, passando pelas ruas Alagoas e Paraná, até retornar no sentido oposto da Pinto de Moura, para poder acessar o trecho da Rua da Bahia que desemboca na Avenida Brasil, na alça do Viaduto Augusto Franco.

“Todo dia, 24 horas por dia, os carros vêm descendo a Pinto de Moura e, ao invés de pegarem a Bahia e fazerem o contorno na Alagoas, acham mais fácil virar e entrar aqui direto (à esquerda na Bahia). Antigamente, tinha uma faixa de pedestres aqui, mas pintaram a rua, colocaram o ‘pare’ e tiraram a faixa. Já pedimos a recolocação, e nada”, disse Alexandre Reis, presidente da Associação dos Moradores do Poço Rico. “Deveria ter um semáforo com rotatória, porque são quatro mãos só nesse trecho. O perigo é recorrente, já reclamamos várias vezes, e a sinalização é precária. Mas esperaram acontecer”, lamentou.

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Também residente do bairro, o músico Ricardo Capra, 45, fez coro: “Nós que moramos aqui vemos essa situação com frequência, motoristas não querem perder um minuto, e não há faixa de pedestres. Acidentes acontecem, mas ver isso é triste.”

Em nota, a Settra informou que o cruzamento conta com sinalização vertical e horizontal. “As faixas de pedestres estão instaladas nos pontos onde a travessia pode ser feita de maneira mais segura. No entanto, a Settra irá enviar um técnico para verificar o local.”

Acidentes frequentes

Jussara Domingos foi a segunda vítima de atropelamento na cidade em três dias. Na segunda-feira, um homem, 51, foi atingido por uma moto quando atravessava a Rua Braz Bernardino na faixa de pedestres, quase esquina com a Avenida Rio Branco, no Centro. A vítima teve ferimentos pelo corpo e foi levada para a Santa Casa.

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No dia 16, uma mulher, 64, foi surpreendida por moto no cruzamento da Avenida Itamar Franco com a Rua Santo Antônio, no Centro, sendo medicada no HPS. Já na noite anterior, outra pedestre, 36, morreu atropelada na Avenida Brasil, na altura do Bairro Cerâmica, Zona Norte. O motociclista envolvido no acidente, 27, era inabilitado, conforme a PM.

No dia 13, dois idosos foram atropelados em importantes corredores de tráfego. Um deles, 70, foi atingido por carro no cruzamento das ruas Santo Antônio e Halfeld, no Centro, e sofreu fratura exposta na perna esquerda. Já na descida da Itamar Franco, na altura do Monte Sinai, na Cidade Alta, uma mulher, 82, foi ferida por um veículo de duas rodas. A vítima passou por cirurgia no HPS.

No dia 7, uma idosa, 74, morreu após ser atropelada, também por moto, em plena Avenida Rio Branco, esquina com a Rua Floriano Peixoto, na pista sentido Manoel Honório/Bom Pastor.

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