Moradores de Juiz de Fora podem participar de pesquisa para avaliar sequelas da Covid-19
Pesquisa Epicovid 2.0 vai coletar dados de 250 moradores de cada um dos municípios entrevistados para formulação de políticas públicas voltadas ao tratamento da Covid longa
O Ministério da Saúde deu início à segunda fase da coleta de dados da pesquisa ‘Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de Covid-19 no Brasil’, nesta segunda-feira (18). Em Minas Gerais, serão entrevistados os moradores de Juiz de Fora, Barbacena, Belo Horizonte, Montes Claros, Teófilo Otoni, Governador Valadares, Ipatinga, Varginha, Pouso Alegre, Uberaba, Uberlândia, Patos de Minas e Divinópolis, sendo 250 na capital Belo Horizonte e 250 em cada um dos demais municípios. O objetivo da pesquisa é fornecer dados essenciais para a formulação de políticas públicas voltadas ao tratamento das chamadas condições pós-Covid (ou Covid longa), que se referem às sequelas da doença.
O epidemiologista Pedro Hallal, responsável pela coordenação do estudo, prevê que a coleta de dados dure entre 15 e 20 dias. “O Epicovid 2.0 é uma nova fase do estudo iniciado em 2020. Embora não enfrentemos mais uma pandemia grave como antes, o vírus continua presente na sociedade, assim como seus efeitos na vida das pessoas. Nosso objetivo agora é compreender o impacto da doença na vida dos brasileiros e de suas famílias”, explicou, por meio da assessoria de comunicação do projeto.
Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ethel Maciel, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 20% das pessoas, independentemente da gravidade da doença, desenvolvem condições pós-Covid. Nesse contexto, os estudos estão buscando coletar dados nacionais para expandir serviços como atendimento neurológico, fisioterapia e assistência em saúde mental.
Dinâmica da pesquisa Epicovid 2.0
A pesquisa envolverá 250 cidadãos de cada cidade que participaram das quatro rodadas anteriores do estudo, em 2020 e 2021. Equipes de entrevistadores visitarão residências para abordar questões relacionadas à vacinação, histórico de infecção pelo coronavírus, sintomas de longa duração e os efeitos da doença no cotidiano.
Todos os participantes serão selecionados aleatoriamente por sorteio. Apenas um membro por residência responderá ao questionário. Diferentemente das primeiras etapas da pesquisa, não serão realizados testes de sangue ou outros testes de Covid-19.
Além do Ministério da Saúde e da Universidade Federal de Pelotas, estão diretamente envolvidas no estudo a Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Entrevistadores identificados
As entrevistas serão conduzidas pela empresa LGA Assessoria Empresarial, contratada pelo Ministério da Saúde após apresentar a melhor proposta em pregão eletrônico. Os profissionais responsáveis pela coleta de dados foram treinados e estarão devidamente identificados com crachás da empresa e coletes brancos com as marcas da UFPel, da Fundação Delfim Mendes Silveira (FDMS) e da LGA.
Para auxiliar na divulgação e esclarecimento da população, as prefeituras das 133 cidades envolvidas no estudo foram informadas por meio de suas secretarias municipais de Saúde e participaram de uma reunião online com Pedro Hallal e membros do Ministério da Saúde.
Os moradores podem entrar em contato com as prefeituras em caso de dúvidas. A empresa LGA também pode ser contatada pelos telefones (31) 3335-1777 e (31) 99351-2430. Mais informações sobre o Epicovid 2.0 estão disponíveis nos sites do Ministério da Saúde e da Universidade Federal de Pelotas.
Primeiras fases do estudo
Entre 2020 e 2021, o Epicovid-19 ajudou a traçar um panorama da pandemia que auxiliou cientistas e autoridades de saúde pública a entender melhor os efeitos e a disseminação do coronavírus no país. O estudo revelou que a quantidade de pessoas infectadas naquele momento era três vezes maior do que os dados oficiais, e os 20% mais pobres tinham o dobro do risco de infecção em comparação com os 20% mais ricos.