A Polícia Civil apresentou, nesta quarta-feira (14), os resultados das investigações relacionadas a quatro casos de homicídio e a uma tentativa de assassinato ocorridos entre maio e julho deste ano em Juiz de Fora. Oito suspeitos estão presos, outros dois são considerados foragidos por estarem com mandados de prisão em aberto e mais dois estão sendo investigados como supostos mandantes. Segundo o delegado Rodrigo Rolli, os inquéritos serão relatados e remetidos à Justiça até sexta, solicitando a conversão das prisões temporárias dos envolvidos em preventivas.
Dois dos crimes aconteceram nas Vilas Esperança I e II, na Zona Norte, motivados por rivalidade entre grupos de moradores dos dois bairros, e acabaram vitimando pessoas inocentes, conforme Rolli. No dia 15 de junho, um adolescente de 15 anos foi alvejado por bala perdida no maxilar quando carregava pisos dentro da garagem de casa na Rua Custódio Lopes de Mattos. Ele afirmou ter ouvido os disparos e percebeu que havia sido atingido no lado esquerdo da face. O alvo dos tiros, no entanto, seria um rapaz, 24, ferido em via pública na mesma ocasião por cinco tiros, quatro deles no abdômen e um nas costas. As duas vítimas foram hospitalizadas e sobreviveram.
O suspeito de ser o autor dos disparos tem 23 anos e está preso. “A rivalidade eclodiu naquela região no mês de junho. O autor foi tentar matar o jovem de 24 anos, mas também acertou o garoto de 15, que estava na garagem com o pai e inclusive permanece com a bala alojada no rosto”, contou o delegado. Em represália a essa tentativa de assassinato, segundo ele, no dia 3 de julho atiradores mataram Matheus da Silva Costa, 20, e deixaram outras três pessoas feridas na Rua João Ribeiro de Novaes. Os criminosos estavam em um carro roubado que foi abandonado após o crime. Os sobreviventes foram uma mulher, 20, e dois homens, de 18 e 27. Conforme Rolli, dois suspeitos do caso, de 20 e 23 anos, foram presos e um terceiro, 19, está foragido.
Desacerto em roubo
Também foram concluídas as investigações sobre a morte de Edwam da Silva, 22, assassinado a tiros no dia 10 de julho no Bairro Esplanada, Zona Norte. Ele foi surpreendido por três disparos quando estava em um escadão na Rua Professor Walquírio Seixas de Faria. O rapaz foi socorrido pelo seu irmão e levado à UPA Norte, mas não resistiu aos ferimentos no pescoço, costas e abdômen. Antes de morrer, no caminho para a unidade de saúde, a vítima contou ao familiar que três dias antes não teria aceitado fazer parte de um assalto e nem emprestar seu veículo. A Polícia Civil fez o pedido de acautelamento de um adolescente, 16, junto à Vara da Infância e Juventude. “A motivação do ato infracional seria um desacerto referente a arma de fogo e a crime patrimonial”, confirmou o delegado. Um possível mandante também é investigado.
Dois assassinatos ligados ao tráfico de drogas
Os dois últimos casos apresentados nesta quarta-feira estariam ligados ao tráfico de drogas. Um deles é o homicídio de John Cleber da Silva Siqueira, 27, executado a tiros em 15 de maio no Bairro Borboleta, Cidade Alta. Ele foi encontrado caído na escada de acesso à casa onde morava, na Travessa Simão Gabriel Sffeir. Minutos antes de ser morta, a vítima saiu da residência dizendo ao irmão que iria na rua. Logo depois, o parente ouviu estampidos. John havia sido alvejado por cinco disparos nas costas. Três suspeitos, de 20, 21 e 23 anos, estão presos, mas a polícia investiga um suposto mandante. A motivação seria dívida relacionada a entorpecentes.
Ainda foi desvendado o assassinato de Yuri Souza do Nascimento, 19, atingido por pelos menos sete disparos também em maio, no dia 21, quando estava em um escadão na Rua Heitor Santos Júnior, no Linhares, Zona Leste. Dois envolvidos, de 26 e 27, foram capturados em flagrante por tráfico de drogas, no decorrer das investigações, no município de Santos Dumont, a cerca de 50 quilômetros de Juiz de Fora. Contra eles já haviam mandados de prisão temporária. Um terceiro suspeito, 21, ainda está sendo procurado.
O delegado ressaltou que a população tem contribuído muito para o sucesso das investigações, seja por meio de testemunhas veladas ou por ligações anônimas feitas ao 181, do Disque-Denúncia Unificado (DDU). “De todos os casos ocorridos este ano está faltando a apuração de apenas três.” No início de julho, a Delegacia Especializada de Homicídios divulgou queda de 55% nos assassinatos, na comparação do primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 2018, passando de 55 para 25 crimes. Já no segundo semestre houve quatro assassinatos e um triplo homicídio. No ano passado, foram instaurados 85 inquéritos de homicídios, contra 124 em 2017.