Após ser intimada pelo Procon a prestar esclarecimentos sobre o risco de “calote” geral em fundos de formatura, a Phormar solicitou ao órgão a extensão do prazo para apresentar documentos, já que os mesmos foram apreendidos pela Polícia Civil e estão sob investigação. Após a liberação desses materiais, a empresa terá dez dias para expor a quantidade de contratos ativos com fundos de formatura, com suas especificações; identificar aqueles em que houve movimentações bancárias não autorizadas; e informar o valor total pendente de restituição, suas formas de pagamento e prazos.
“O representante da empresa compareceu ao Procon na manhã de quinta-feira (12), para prestar explicações sobre a investigação preliminar e indicou a inviabilidade em prestar informações materiais em razão de processo civil corrente”, explicou a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). O Procon orienta os consumidores com problemas como esse ou afetados por outras irregularidades em contratos ou prestações de serviço a acionar o órgão pelos telefones 3690-7610 e 3690-7611, ou pelo Prefeitura Ágil. Quem preferir também pode ir à sede da agência, localizada na Avenida Itamar Franco, 992, no Centro.
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Entenda o caso da Phormar
Há 28 anos no mercado de eventos de formaturas em Juiz de Fora, a Phormar fechou as portas de sua sede, na semana passada, após a repercussão sobre ações judiciais e denúncias de possíveis desvios de dinheiro. Além dos processos em curso na Justiça, a Polícia Civil abriu inquérito para investigar a empresa. Na última quarta-feira, o delegado responsável, Samuel Neri, anunciou que Grupo Vision, de Montes Claros (MG), fechou acordo para assumir as operações financeiras e administrativas da Phormar, garantindo as próximas festas de formatura.
Ao mesmo tempo em que assegurou a continuidade das investigações e a análise das provas – celulares, computadores, contratos e outros documentos foram apreendidos – o delegado enfatizou que, neste momento, o foco tem sido proporcionar às vítimas a realização dos eventos já programados. No mesmo dia, o proprietário da Phormar, Luiz Henrique Resende de Queiroz, concedeu entrevista e classificou o acordo com o Grupo Vision como um “milagre”.
Sobre as movimentações entre diferentes contas de fundos denunciadas, Samuel observou que as dificuldades da Phormar teriam começado na pandemia, e o investigado usou recursos como capital de giro, não em proveito próprio, mas para manter a empresa ativa. “O compromisso que ele assumiu com a Polícia Civil é de que nenhum sonho deixe de ser realizado. É essa nossa preocupação: com as vítimas. O ressarcimento ou a realização do sonho.”
O Grupo Vision integra a Associação Brasileira de Empresas de Formatura (Abeform) e está há mais de 20 anos no mercado de eventos nos estados de Minas, Bahia, Pernambuco e São Paulo. “Iniciaremos uma auditoria na documentação e nas tratativas com fornecedores, clientes e colaboradores, a fim de garantir a realização de todos os eventos previstos e a honradez de todos os compromissos assumidos”, afirmou, em nota divulgada.