Adolescente é morto a tiros na Itamar com a Rio Branco
Atualizada às 17h23
A Polícia Civil investiga o assassinato a tiros de um adolescente de 15 anos ocorrido na noite de sábado em pleno cruzamento das avenidas Itamar Franco e Rio Branco, no Centro. O crime aconteceu por volta das 22h30, quando ainda era intenso o movimento em uma das principais interseções da cidade. Segundo a Polícia Militar, Rinderson Wirley Tolendar da Silva caminhava pelo local, quando foi surpreendido por trás e alvejado por dois disparos nas costas. Ele também sofreu uma lesão na cabeça, possivelmente causada por um terceiro tiro. Quando a PM chegou ao local, a vítima já não apresentava sinais vitais. O óbito foi confirmado pelo Samu. O corpo foi encaminhado para o HPS e posteriormente para necropsia no Instituto Médico Legal (IML).
Nem a presença das câmeras do programa Olho Vivo inibiram a ação dos criminosos. De acordo com a PM, um rapaz, 19, foi abordado e contou ter visto um homem de cabelo grisalho “espetado” e outro jovem se aproximarem pelas costas da vítima e efetuarem vários disparos. Assustado, o pedestre que presenciou o homicídio começou a correr, e não conseguiu ver para qual direção seguiram os assassinos. Segundo a PM, Rinderson era morador do Bairro Três Moinhos, na Zona Leste. Com base nas informações do Olho Vivo, várias viaturas foram mobilizadas no rastreamento. Apesar das buscas, nenhum suspeito foi encontrado, e a arma do crime também não foi localizada.
Rivalidade de bairros
Sobre o fato de o crime violento ter acontecido em um dos locais mais movimentos da região central, o comandante da 30ª Companhia, capitão Herivelton Soares, ponderou: “As pessoas cobram por ter sido na Rio Branco com a Itamar. Não temos índice de criminalidade nesse local, esse foi um fato específico, que trata da questão da rivalidade de bairros. Nesses casos, o autor espera a oportunidade e comete o delito. Tanto é que no crime da Marechal já tinham tentado contra a vida daquela vítima em outros locais e tiveram êxito naquele dia”, disse o capitão Soares, referindo-se ao homicídio de um jovem, 21, assassinado com vários tiros em plena luz do dia 27 de novembro do ano passado, na parte baixa da Rua Marechal Deodoro, próximo à Praça da Estação, no Centro.
“Da mesma forma aconteceu com esse garoto de 15 anos. Ele já havia sido vítima de duas tentativas de homicídio anteriores”, revelou o comandante. Um dos casos aconteceu há menos de um mês, no dia 14 de março, na saída de um baile funk no Centro. Além do adolescente, um jovem, 23, também foi baleado por um motociclista, que passou pelo local fazendo entre cinco e seis disparos. O rapaz foi alvejado na região lombar, enquanto o adolescente foi baleado na perna direita. Já em setembro do ano passado, Rinderson havia sido baleado no ombro e na mão ao ser surpreendido por dois criminosos, quando estava sentado na calçada perto de sua residência, no Três Moinhos. “Esta é a grande questão. São delitos que, por mais que a PM faça acompanhamento e busque autoria, não consegue evitar. São crimes que não dependem só da nossa atuação, porque os envolvidos, em muitos casos, já foram presos por mais de uma vez, até por ligações com homicídios e tentativas, mas fica essa rivalidade.”
Segundo o policial, as câmeras não capturaram o momento dos disparos. “O Olho Vivo flagrou parte da ação, e uma das pessoas que estava com a vítima foi abordada. Mas acredito que tinha mais gente envolvida. Esperamos que o caso seja melhor esclarecido com o inquérito da Polícia Civil.” Questionado sobre o fato de um crime tão violento ter sido cometido mesmo diante do sistema de monitoramento, o comandante da 30ª Companhia considerou que houve ousadia. “Não sabemos se eles tinham conhecimento das câmeras, mas as ações desses autores são inconsequentes. A vontade de cometer o delito é maior do que o receio da prisão.”
Apesar disso, ele garante que a polícia está atuando para evitar que os conflitos iniciados nos bairros acabem em confrontos no Centro. “A população pode ficar tranquila porque os casos de homicídio são pontuais, e os envolvidos já têm histórico com tráfico ou briga de bairros rivais.” Sobre a possibilidade de uma bala perdida atingir um inocente em situações como a de sábado, o capitão Soares avaliou: “O tiro foi bem direcionado, não foi a esmo, seria difícil acertar outra pessoa.” O comandante lembrou que a população pode contribuir com informações por meio de ligações feitas ao 190 e ao 181, do Disque-Denúncia Unificado (DDU).
Jovem escapa de disparos na Padre Café
O assassinato de Rinderson Wirley Tolendar da Silva, 15 anos, ocorrido no sábado em pleno cruzamento das avenidas Itamar Franco e Rio Branco aconteceu pouco mais de uma hora depois de a PM registrar uma ocorrência de disparos a alguns quarteirões de distância. O caso aconteceu na Rua Padre Café, perto da esquina com a Rua Cândido Tostes, onde também era grande o movimento de pessoas. Um adolescente, 16, acionou a PM e relatou que transitava pelo local com um amigo, quando um rapaz efetuou disparos em sua direção. O jovem não foi atingido, e o atirador conseguiu escapar. A vítima acrescentou que, mais cedo, dois homens estariam em uma moto à sua procura, e um dos suspeitos seria um traficante, 29, com o qual o adolescente já teve conflitos passados.
Ainda segundo a PM, a suspeita é de que o crime esteja relacionado a vingança referente a uma suposta tentativa de assalto ocorrida no dia 17 de março também na Padre Café, quando um homem foi baleado. Os casos são investigados pela Polícia Civil. Apesar da proximidade de horário e local entre os dois crimes violentos de sábado nas regiões do Centro e São Mateus, a PM acredita não haver relação entre os casos, que estão sendo investigados pela Polícia Civil.