Ícone do site Tribuna de Minas

Furtos de cabos de energia causam prejuízos à população em JF

PUBLICIDADE

Os furtos de cabos de energia elétrica, principalmente de equipamentos públicos, têm se tornado um problema cada vez mais comum em Juiz de Fora. Somente em 2021, a Companhia de Saneamento Municipal (Cesama) da Prefeitura de Juiz de Fora registrou 21 furtos de fios elétricos e materiais metálicos em suas unidades, sendo que pelo menos três ocorreram nos últimos 15 dias. Além desses locais, a obra do Hospital Regional também é alvo frequente de furtos de materiais. Entretanto, não são só os equipamentos públicos que estão na mira dos criminosos: estabelecimentos comerciais da cidade também já registraram casos. O problema, segundo a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), vem aumentando em sua área de atuação.

Unidades da Cesama, como a elevatória de água JK/Tiguera, já tiveram 21 casos somente neste ano; além de causar riscos, inclusive de morte, roubo deste tipo de material compromete serviços públicos, como o fornecimento de água (Foto: Fernando Priamo)

A Tribuna solicitou dados sobre esse tipo de infração à Polícia Militar, mas não recebeu retorno. Porém, embora a Cemig também não tenha apresentado uma estimativa que ajude a dimensionar o número de furtos de cabos de energia que atinge Juiz de Fora, o técnico em rede subterrânea da companhia, Felipe Martins Sacramento Silva, afirma que há chamados semanais para reparos em redes afetadas por furtos de cabos, principalmente nos grandes centros urbanos. Esse tipo de ocorrência, entretanto, é registrada em todo o estado, e se intensificou durante a pandemia.

PUBLICIDADE

“As pessoas acessam as câmaras, que têm trancas reforçadas, as arrombam, cortam os fios e levam. Elas não medem o risco, porque para quem executa o furto, há a possibilidade de uma lesão séria, que vai de uma queimadura até casos que levam a pessoa à morte”, explica o técnico. Há também o risco para os transeuntes, não só em função do rompimento dos fios, mas também das tampas que ficam abertas e podem gerar quedas.

PUBLICIDADE

Além destes riscos, outro prejuízo a ser considerado é a falta de energia e o comprometimento de serviços, como no caso das unidades da Cesama. No furto mais recente, por exemplo, ocorrido no último domingo (5) na elevatória de água JK/Tiguera, na região Sudeste, os bairros JK, Tiguera, Nossa Senhora de Lourdes, Santo Antônio, Alto Santo Antônio, Retiro, Jardim Esperança, Pedras Preciosas e Granjas Bethel tiveram o fornecimento de água comprometido em razão da paralisação do funcionamento da elevatória. O mesmo local já havia sido furtado cerca de dez dias antes, no dia 24 de novembro, também deixando a população sem água.

Outra unidade que tem sido alvo dos roubos é a elevatória Jardim da Serra, localizada na Cidade Alta. Cabos de energia do local foram roubados pela terceira vez no dia 26 de novembro. Na ocasião, a elevatória foi alvo de arrombamento, e todos os cabos foram levados. Os bairros Parque Jardim da Serra, Aeroporto, Nova Califórnia e Novo Horizonte também tiveram o abastecimento comprometido.

PUBLICIDADE

Em outros pontos da cidade, registros semelhantes já foram feitos. A estrutura do Hospital Regional já foi alvo de, pelo menos, três furtos. Dois deles tinham os cabos de fiação elétrica como foco. A primeira ação ocorreu há pouco mais de um ano, quando a Guarda Municipal flagrou um homem de 44 anos na ação delituosa. A outra situação, mais recente, aconteceu em maio deste ano, quando um homem de 27 anos foi preso, também em flagrante, após furtar cabos de cobre no local.

Empresas também estão na mira

Para além dos imóveis públicos, empresas e outros estabelecimentos particulares também podem ser alvo deste tipo de ação. Foi o que ocorreu no Café Central, localizado em uma galeria no Centro de Juiz de Fora. Conforme o proprietário do Café Central, Hugo Frade, havia um padrão da Cemig no deck do estabelecimento. O equipamento, entretanto, foi furtado duas vezes, e todos os materiais relacionados a ele, como tomadas, refletores e fiação foram levados.

PUBLICIDADE

Para continuar trabalhando, o empresário adotou uma medida alternativa. “Pedimos à Cemig para desativar o padrão momentaneamente, até que nós consigamos uma mudança nessa situação, porque toda reposição gera um custo altíssimo. Sem contar que, em um curto período de tempo, podemos passar pelo mesmo problema de novo”, diz o comerciante. Sem o padrão, entretanto, aumenta a insegurança, conforme o empresário. “Sem a iluminação, o ambiente fica mais exposto a problemas como vandalismo, furto, roubo, entre outras coisas.”

No dia 7 de setembro deste ano, diversos estabelecimentos localizados na Alameda Pássaros da Polônia, na Zona Sul, também tiveram cabos levados por criminosos. Na ocasião, a Polícia Militar foi acionada. A Tribuna solicitou um levantamento à corporação a respeito do número de registros deste tipo de ocorrência na cidade, mas, até o fechamento desta edição, ainda não tinha recebido retorno.

Cemig e PJF pedem que população faça denúncias

O cobre, material que normalmente compõe os cabos de fiação elétrica, é um metal nobre e excelente condutor de energia elétrica. Por isso, conforme a Cemig, a maioria dos furtos visam à revenda. Nestes casos, os infratores queimam a fiação e extraem o cobre para vender. “Mas é importante ressaltar que essa prática, além de ser um crime, é muito perigosa, e a pessoa pode sofrer choque elétrico durante o furto, o que pode levar até a morte”, ressalta o técnico Felipe Martins Sacramento Silva.

PUBLICIDADE

Quando um furto de cabos ocorre, de acordo com o técnico, parte da responsabilidade é do cliente, e a outra parte é da Cemig. “Caso o autor furte o cabo de alimentação, que é da rede, a Cemig aciona a equipe e repõe o cabo. Se o furto for do ramal de entrada do cliente, ele é o responsável pela substituição, e a Cemig procede com a reenergização.

Felipe orienta que o consumidor, ao ver alguém que esteja executando atividade na fiação elétrica sem carro ou uniforme caracterizado como da Cemig ou a serviço da companhia, deve informar a Polícia Militar por meio do 190. Caso a intervenção provoque interrupção na distribuição de energia, a pessoa deve procurar a Cemig.

‘Cidade Segura’

No caso dos equipamentos públicos municipais, a orientação é de que o cidadão denuncie a suposta invasão de imóvel ou furto de materiais à Guarda Municipal. A denúncia pode ser feita por meio do telefone 153 ou pelo aplicativo Cidade Segura, que está disponível para smartphones. Na tela inicial, o usuário encontra cinco ações possíveis: faça uma denúncia; telefones úteis; fale conosco; estatísticas; e notícias. No botão “denúncias”, o cidadão deve enviar a informação de dano ao patrimônio público. Ele ainda tem a opção de inserir uma imagem, detalhando melhor a situação flagrada.

PUBLICIDADE

A Prefeitura destaca ainda que os furtos nas unidades da Cesama tem trazidos prejuízos financeiros, por conta da necessidade de reposição das peças, e interrupção de um serviço essencial para a população. Além de disponibilizar os canais de denúncia, a PJF também realizou, neste ano, a operação “Hefestos”, que vistoriou 15 ferros-velhos e recuperou duas toneladas de material possivelmente furtado.

Sair da versão mobile