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Substância tóxica encontrada em cerveja pode ter relação com doença desconhecida

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A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou inquérito para apurar os casos da doença desconhecida que causou a morte de um homem em Juiz de Fora e deixou outros sete internados em Belo Horizonte. Um laudo confirmado pelo órgão revelou que foi encontrada a substância tóxica dietilenoglicol em amostras de uma marca de cerveja consumida pelos pacientes atingidos pela doença. A informação foi repassada pela instituição durante entrevista coletiva à imprensa ocorrida na capital mineira na noite desta quinta-feira (9).

Conforme a Polícia Civil, garrafas da cerveja Belorizontina, fabricada pela Cervejaria Backer, foram recolhidas na casa de pacientes com síndrome renal, sendo constatada preliminarmente, em duas das amostras, a presença da substância dietilenoglicol, utilizada no processo de refrigeração em serpentinas. As garrafas recolhidas pertencem aos lotes L1 1348 e L2 1348 e foram periciadas no Instituto de Criminalística de Belo Horizonte.

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O resultado preliminar positivo foi divulgado no final da noite de quarta-feira (8), por volta das 23h30. Entretanto, a Polícia Civil não soube detalhar a forma em que as substância foi encontrada na bebida, reforçando apenas que ela foi identificada nas amostras recolhidas nas casas de pacientes.

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Ainda conforme a polícia, a investigação realizada por uma força-tarefa que conta com diversos órgãos na capital mineira ainda é considerada inicial.
O episódio é acompanhado pela Vigilância Sanitária de Belo Horizonte e do Estado, assim como pela Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). Um representante do órgão, também durante a coletiva, classificou o episódio como “grave”, uma vez que expõe os consumidores a riscos, e destacou que as pessoas que estão hospitalizadas têm, em comum, o consumo da cerveja Belorizontina. As autoridades solicitaram ainda que consumidores que possuírem cervejas pertencentes aos lotes citados não as consumam, e encaminhem o produto à Polícia Civil a fim de auxiliar nas investigações. O inquérito do caso deverá ser concluído no prazo de 30 dias. A expectativa, segundo a Polícia Civil, é de dar uma resposta clara à população sobre o que originou o quadro da doença.

Polícia vai até fábrica da cervejaria

Nesta quinta, a Polícia Civil esteve na fábrica da Cervejaria Backer, em Belo Horizonte. Desde quando surgiram os primeiros sete casos da doença misteriosa – sendo um desses descartado na última quarta, quando mais dois foram notificados – surgiram rumores, sobretudo nas redes sociais, de que todos os pacientes teriam consumido cerveja da marca e que os sintomas apresentados posteriormente seriam de intoxicação por alguma substância.

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Em nota, a assessoria da Backer informou estar colaborando com os órgãos públicos de saúde que estão realizando perícias em todo o seu processo de produção. “No dia 7, terça-feira, a fábrica recebeu em suas instalações agentes do Ministério da Agricultura que realizaram uma inspeção completa na mesma. Autoridades de saúde investigam, igualmente, outros produtos consumidos e que possam ter provocado a hospitalização de oito pessoas, todas com os mesmos sintomas. Reafirmamos nossa confiança em todas as etapas de produção dos nossos produtos. Manteremos nossos consumidores e a sociedade em geral informada, tão logo tenhamos acesso aos laudos periciais, ora em curso.”

Necropsia leva mais de 6 horas

Durante mais de seis horas, médicos-legistas necropsiaram o corpo do bancário aposentado Paschoal Demartini Filho, 55 anos, morto na última terça-feira (7) na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. Segundo a assessoria da Polícia Civil de Minas, o exame começou às 21h de quarta e terminou às 3h30 da madrugada desta quinta (9). Os trabalhos também foram realizados por peritos criminais, investigadores e técnicos da instituição. A análise dos fragmentos coletados durante a necropsia será auxiliada por um médico-legista da Universidade de São Paulo (USP), e o laudo fica pronto em até 30 dias.

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Paschoal será velado e sepultado no município de Ubá, a cerca de 110 quilômetros de distância, onde ele morava com a família. A previsão é de que o corpo só chegue na cidade no fim da noite desta quinta. O velório está previsto para começar a partir das 23h. O enterro está agendado para esta sexta, às 10h.

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