Polícia desmantela quadrilha envolvida em execução de mulher no Santo Antônio
Vítima foi morta com tiros na cabeça na presença de filha de 10 anos, em fevereiro
Cinco homens foram apresentados pela Polícia Civil, na tarde desta quarta-feira (8), por envolvimento na execução de Roseli Franca de Oliveira Silva, de 41 anos. Ela foi morta com dois tiros na cabeça na presença da filha de 10 anos, dentro da sua casa, no Bairro Santo Antônio, na Zona Sudeste. O crime foi registrado no dia 23 de fevereiro deste ano. Três dos suspeitos, de 21, 25 e 30 anos, que seriam os executores do assassinato, foram capturados, durante o período da manhã, por policiais da Delegacia Especializada em Homicídios responsável pela investigação do caso, durante uma operação realizada no Santo Antônio, para cumprimento de mandados de prisão e busca apreensão. Um quarto homem, preso na sexta-feira (3), também foi apresentado. Ele foi detido por tráfico de drogas e por ter ligação com os executores da morte de Roseli. Por último, um homem, 33, que já cumpre pena de 52 anos na Ariosvaldo Campos Pires por dois homicídios e tráfico de drogas e seria líder da quadrilha, que está sendo investigado como mandante da execução da mulher.
De acordo com o delegado Rodrigo Rolli, a apuração do caso apontou que a morte de Roseli seria uma retaliação por parte dos traficantes contra o companheiro da vítima, que está sendo também investigado pela Polícia Civil por ter abusado sexualmente de uma menina de 3 anos de idade. O abuso teria sido cometido na casa de Roseli, que era cuidadora da criança.
“Este é um caso bárbaro, porque a mãe foi executada na frente da filha e era inocente, pois não tinha ligação com o crime”
Rolli destacou que Roseli era trabalhadora e não tinha nada em sua vida que motivasse seu assassinato na frente da filha. Antes de morrer, ela estava apavorada e iria deixar Juiz de Fora. Todavia, sua viagem foi descoberta pelos traficantes. Quando o bando invadiu a casa dela à procura do companheiro, ela teria sido questionada a respeito do paradeiro dele, como ela disse que não sabia, foi alvejada na cabeça.
Ainda segundo o delegado, o trio capturado no Santo Antônio, além do envolvimento na morte de Roseli, foi preso em flagrante por tráfico de drogas, sendo apreendido durante a ação desencadeada para a prisão deles porções de crack, cocaína e maconha. Todos os homens apresentados pela polícia foram encaminhados para o sistema prisional da cidade.
Rolli explicou que uma parte da investigação busca apurar conversas capturadas no celular do homem que foi responsável pelos tiros na cabeça da vítima. Os policiais encontraram no aparelho mensagens de Whatsapp entre ele e o presidiário nas quais fica indicado que os controladores do tráfico de drogas, no Santo Antônio, não estariam satisfeitos com o suposto caso de abuso sexual contra uma criança numa área de comando deles.
“Eles tentaram matar o companheiro de Roseli na noite de sexta-feira, mas não o encontraram em casa. Roseli foi executada horas depois, durante a madrugada do dia seguinte”, afirma o delegado. O policial acrescenta que o conteúdo capturado no celular do atirador data da noite do crime e foi realizado bem perto do horário da execução da vítima. “Os traficantes tomaram a dor dos familiares da menina abusada sexualmente. Além disso, o inquérito aponta que devido a prática de crimes patrimoniais naquela região, o tráfico vem fazendo represálias, já que esses roubos e furtos atraem a presença da polícia para o bairro, atrapalhando a venda de drogas. Inclusive, um jovem, que cometia furtos na região foi espancado dentro de casa pelo mesmo grupo, uma semana depois de Roseli ter sido morta.”
Tentativa de homicídio
O companheiro de Roseli, um homem de 29 anos, conforme o inquérito, foi agredido no Centro Pop (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua), na Rua Professor Oswaldo Veloso, no Centro. O motivo seria ele ter sido apontado como autor do suposto estupro de vulnerável ocorrido naquela semana do assassinato. De acordo com Rolli, o caso dessa agressão está praticamente apurado, sendo confirmada a participação de familiares da criança e de homens envolvidos na morte da cuidadora da menina. “Temos imagens do Centro Pop que aparecem os familiares da criança entrando no espaço na companhia de um dos executores de Roseli”. Já o inquérito sobre abuso sexual contra a criança segue em investigação na Delegacia de Mulheres.
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