“Estamos entre as principais cidades brasileiras e do mundo, como Pequim (CHN) e Oslo (SE) – que são referências pelo compromisso com a sustentabilidade”, disse a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT). O município da Zona da Mata mineira venceu o prêmio Local Leaders Awards 2025 nesta terça-feira (4), concedido pela Bloomberg Philanthropies durante o Fórum de Líderes Locais da COP 30, no Rio de Janeiro (RJ).
Premiada na categoria “Transição Energética e Edificações Inteligentes”, JF foi reconhecida internacionalmente pelas políticas climáticas desenvolvidas na cidade. Saiba quais ações impulsionaram essa vitória:
Luzes de LED
Iniciado na primeira gestão de Margarida (2021 – 2024), em 2021, a iniciativa municipal “Brilha JF” promoveu a substituição de 100% da iluminação pública pelas lâmpadas de LED. Conforme a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), a ação trouxe economia de mais de 30 mil MWh anuais, além da redução de 2.339 toneladas de CO2 a cada ano.
Autossuficiência em prédios públicos
A premiação também foi possível, ainda conforme a PJF, pela instalação de duas usinas fotovoltaicas, que devem assegurar autossuficiência energética para 86% dos prédios públicos municipais, com economia estimada de R$ 13 milhões ao ano. A primeira usina solar fotovoltaica foi inaugurada no ano passado, no entorno do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, após a colocação de painéis solares no lugar das antigas árvores do local.
A segunda usina será implantada no módulo II do Parque Científico e Tecnológico de Juiz de Fora e Região (Partec JF) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no Bairro Distrito Industrial – Zona Norte da cidade. Tanto o módulo I quanto o módulo II do Partec JF ainda estão em fase de construção e operacionalização, mas a PJF vem acompanhando o processo desde 2023, quando foi selado o termo de concessão entre as partes. A previsão é de entrega da segunda usina para dezembro deste ano.
Além dessas usinas maximizarem o grau de sustentabilidade em prédios públicos, a Prefeitura também destacou que a modernização sustentável de equipamentos, como o Ginásio Poliesportivo e a sede da Prefeitura, com tecnologias de eficiência energética, ventilação natural e captação de água da chuva também são avanços.
Coleta Seletiva
A universalização da coleta seletiva, que desde o fim do ano passado atende 100% da população urbana, evitou a emissão de mais de 5 mil toneladas de CO2 em 2024, conforme a PJF. Atualmente, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) atua na coleta seletiva em cerca de 450 bairros da cidade.
Política Lixo Zero
A criação da política “Lixo Zero”, em 2025, institui a separação obrigatória de resíduos em residências e comércios.
Assinada em fevereiro deste ano, o programa aponta que a obrigatoriedade será adotada de forma gradual, priorizando, inicialmente, edificações públicas, grandes geradores e eventos com público igual ou superior a mil pessoas. Esses geradores de resíduos têm prazo de 12 meses para a adequação da legislação.
Condomínios residenciais e comerciais com mais de 50 unidades e eventos entre 500 a 1.000 pessoas terão que seguir as novas normas após 18 meses. Já condomínios e eventos menores, bem como as residências, terão dois anos para se adaptar à nova política.
Produção de Biometano
A produção de biometano a partir de resíduos orgânicos é outra iniciativa que também foi oficializada em 2025, quando a UFJF e a PJF selaram um acordo para a construção de uma usina que transformará resíduos orgânicos da cidade em energia e combustível.
As obras acontecerão em um terreno de 16 mil metros quadrados em Benfica, Zona Norte da cidade, próximo a BR-040, e tinha conclusão prevista para 2027, mas a PJF divulgou que a usina deve ser entregue em 2028.
Essa é uma ação pioneira, conforme a PJF, em que a usina será capaz de substituir 1,8 milhão de litros de diesel e gerar mais de 2 milhões de m³/ano de combustível renovável.
Políticas de inclusão
A Prefeitura também destaca a implementação de políticas de inclusão social com apoio às cooperativas de catadores e projetos de educação ambiental em escolas públicas.
*Estagiário sob supervisão da editora Fabíola Costa