Policial aposentado preso por injúria racial é internado em clínica de Juiz de Fora

Defesa alega que suspeito possui “neoplasia, hepatocarcinoma com metástase e possível esquizofrenia, com alucinações auditivas e visuais”


Por Pâmela Costa

01/08/2024 às 12h56

O policial aposentado, de 55 anos, preso em flagrante por suspeita de ter cometido injúria racial no último dia 18, conseguiu liberdade provisória uma semana após o crime e, no mesmo dia, 25 de julho, foi internado compulsoriamente em uma clínica, com autorização da Vara da Fazenda Pública Municipal. A informação foi confirmada pela Tribuna na manhã desta quinta-feira (1º). 

Segundo o Escritório Sanches da Gama Advogados Associados, que representa o acusado no processo criminal, o policial possui “neoplasia maligna de encéfalo, hepatocarcinoma com metástase e possível esquizofrenia, com alucinações auditivas e visuais”. O quadro teria levado a Justiça a determinar a internação do homem em uma clínica psiquiátrica da cidade. 

O aposentado é acusado de chamar de “vagabundo de merda” e “preto fedido” um motoboy que faria entregas no seu prédio, localizado no Bairro São Mateus, na Zona Sul da cidade. O crime gerou repercussão entre a Associação de Motoboys de Juiz de Fora, que se posicionou exigindo uma investigação eficaz do caso.

A associação, que representa a categoria na cidade, chegou a realizar uma manifestação em frente ao imóvel, no mesmo dia, para marcar uma posição contra o ato de racismo ocorrido. 

O advogado do suspeito disse à reportagem que reconhece que o ex-policial causou diversas “contendas” no condomínio onde residia. “É lamentável, a defesa sente muito pelos transtornos causados e se desculpa em nome do constituído perante a sociedade juiz-forana” diz e acrescenta que o homem é acometido por doenças graves que afetam sua saúde física e mental. 

A informação repassada pelo representante jurídico do acusado é que o apartamento do suspeito vai, inclusive, ser vendido. Em nota encaminhada à Tribuna, a Associação dos Motoboys de Juiz de Fora apenas comentou que “não consegue acessar as razões pra isso”.

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