Trabalho 100% presencial é adotado por 35% das empresas no Brasil, aponta estudo
Os números são da 27ª edição do Índice de Confiança da Robert Half, consultoria fundada em 1948 que opera em várias partes do mundo
Um estudo divulgado na semana passada indica que 35% das empresas exigem do funcionário a presença diária no escritório, enquanto apenas 6% dos colaboradores preferem o modelo de trabalho 100% presencial. Os números são da 27ª edição do Índice de Confiança da Robert Half, consultoria fundada em 1948 que opera em várias partes do mundo.
Mais adotado em 2020, durante a pandemia de Covid-19, o trabalho remoto, também chamado de home office, foi usado como forma de distanciamento social, uma das medidas para evitar o contágio e propagar o vírus.
Passados quatro anos, apenas 7% das empresas continuam totalmente em home office. Entre os profissionais, 77% preferem o modelo híbrido, com alguns dias em home office e outros no escritório – segundo a sondagem da Robert Half, 58% das empresas estão oferecendo este modelo.
Segundo a consultoria, “é perceptível o crescimento do número de empresas que optam pelo retorno às atividades inteiramente presenciais”.
Para realizar a sondagem, a empresa ouviu 1.161 profissionais, entre recrutadores, profissionais qualificados empregados e profissionais qualificados desempregados, distribuídos proporcionalmente pelas regiões do Brasil.
Obrigação de trabalho 100% presencial gera insatisfação
O estudo indicou que a obrigação de trabalhar de forma 100% presencial levaria 65% dos profissionais a buscar um novo emprego; 43% disseram aceitar ir ao escritório e permanecer na empresa, porém, procurariam um novo emprego e sairiam quando tivessem a oportunidade; para 22%, o retorno ao escritório de forma definitiva sequer é uma opção.
“Para alguns profissionais, o ambiente do escritório proporciona uma sensação de pertencimento e conexão com a equipe, além de facilitar a troca de ideias e o aprendizado colaborativo”, afirma Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul, em nota emitida pela consultoria. Ele acrescenta ainda que, “para algumas pessoas, o trabalho presencial pode representar uma separação mais clara entre vida pessoal e profissional, ajudando a manter um equilíbrio saudável entre os dois aspectos da vida”.
A predileção por manter o trabalho híbrido declarada pela maioria dos profissionais pode estar relacionada ao desejo de manter a flexibilidade, autonomia e qualidade de vida.
“É importante reconhecer que os diferentes modelos de trabalho não vão agradar a todos da mesma forma, e nem todos os negócios têm flexibilidade de oferecer alternativas aos colaboradores. Cabe a cada parte analisar suas necessidades e possibilidades, buscando encontrar um equilíbrio que atenda tanto às demandas individuais quanto às exigências corporativas, independentemente do formato adotado”, diz o executivo.