Reunião entre familiares de PMs e governo do ES acaba sem acordo


Por Márcio Dolzan, para Agência Estado

10/02/2017 às 09h43

Após mais de dez horas de reunião, terminou sem acordo a negociação entre mulheres de policiais militares e governo do Espírito Santo. Com isso, o motim de PMs irá para o sétimo dia nesta sexta-feira, dia 10. O encontro foi realizado no Palácio Fonte Grande, uma das sedes do governo capixaba, em Vitória, e terminou próximo da 1h30 desta sexta.

No fim do encontro, mulheres representantes dos PMs saíram revoltadas. Elas afirmaram que o governo não sinalizou nenhum tipo de reajuste. O pedido dos policiais é reposição salarial de pelo menos 43%. PMs à paisana do lado de fora do prédio chamaram o governador Paulo Hartung, que está licenciado, de “bandido”. Um dos PMs disse que a categoria fará aquartelamento.

O governo estadual se demonstra irredutível. A alegação é de que o aumento pretendido pela categoria representaria um custo adicional de R$ 500 milhões nos gastos com pessoal, que levaria a um rombo nos cofres do Estado. Segundo o governo, o Executivo já ultrapassou o limite de alerta de despesas com pessoal (44,1% da Receita Corrente Líquida) estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O alegado impacto nos cofres públicos levou o governador licenciado do Estado, Paulo Hartung, afirmar na quarta-feira, 8, que o motim era uma “chantagem” e comparou o ato com um sequestro, dizendo que aceitar as exigências “seria como pagar um resgate”.

Os policiais militares estão paralisados desde Sábado passado, dia 4. O motim levou o caos ao Espírito Santo, que desde então registrou pelo menos 113 homicídios e uma onda de saques e roubos. As aulas foram suspensas e o transporte público, quando funciona, opera apenas de forma parcial.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.