Ministros fazem testes após Bolsonaro contrair Covid-19
Presidente teve contato com, pelo menos, 55 pessoas entre políticos, empresários e autoridades nos últimos dias
O presidente Jair Bolsonaro informou nesta terça-feira (7) que contraiu a Covid-19. Divulgado pelo Planalto, o exame foi feito na na segunda, sem usar codinome para identificação do laudo, ao contrário de outras três vezes em que o presidente recorreu a pseudônimos na hora da coleta. O resultado positivo do chefe do Executivo ganhou repercussão internacional e obrigou a cúpula do governo a também fazer novos testes.
Pelo menos 13 ministros que se encontraram com o presidente ao longo dos últimos dias fizeram exames de Covid-19, entre eles Paulo Guedes (Economia), Braga Netto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Jorge Oliveira (Secretaria Geral), André Mendonça (Justiça), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Roberto Campos Neto (Banco Central).
Nos últimos dias, Bolsonaro teve contato com pelo menos 55 pessoas, entre políticos, empresários e autoridades. Em alguns desses encontros, o presidente não usou máscaras e apertou as mãos ou abraçou alguns dos seus interlocutores. Em entrevista a jornalistas de TVs no Palácio da Alvorada, o presidente afirmou que já iniciou o tratamento com hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Bolsonaro tem 65 anos e faz parte do grupo de risco da doença, mas disse que não está sofrendo com os sintomas mais graves por causa do uso precoce do medicamento. “Então, eu confio na hidroxicloroquina. E você?”, disse, em vídeo divulgado nas redes sociais. O presidente tem minimizado os riscos da doença, que já chamou de “gripezinha”. Já disse que não teria problemas por ter “histórico de atleta” e classificou a pandemia de “histeria”.
Ele cancelou os compromissos previstos para os próximos 15 dias, mas pretende continuar trabalhando da residência oficial. “Vou ficar despachando por videoconferência. E assinar alguns papéis aqui”, afirmou.
Ao anunciar a jornalistas que foi infectado, o presidente chegou a tirar a máscara no fim da entrevista. “Estou bem, graças a Deus. Os que criticaram também, não tem problema, podem continuar criticando à vontade.” Na segunda, mesmo após ter feito o exame, Bolsonaro chegou a se aproximar de apoiadores e tirar fotos, contrariando as recomendações de distanciamento social da OMS.