Delegado da PF que investigou PCC vai retomar inquérito da facada

Delegado Martin Bottaro Purper já comandou investigações contra a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC)


Por Agência Estado

05/01/2022 às 19h17

Polícia Federal (PF) designou o delegado Martin Bottaro Purper, que já comandou investigações contra a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), para assumir o inquérito sobre a facada contra o presidente Jair Bolsonaro durante a campanha que o alçou ao Palácio do Planalto, em 2018. Em junho do ano passado, Puper coordenou investigação contra uma rede de transmissão de ordens por parte de líderes de facções presos na penitenciária de Catanduvas, no Paraná. Em 2019, o delegado coordenou a Operação Cravada, que mirou no núcleo financeiro do PCC. No ano anterior, atuou em apuração contra um outro núcleo da facção criminosa que era responsável por ordenar ataques a agentes penitenciários.

O caso Adélio era conduzido pelo delegado Rodrigo Morais Fernandes, que atuou nos dois inquéritos abertos para investigar o atentado. Em dezembro, foi anunciada sua transferência para os Estados Unidos para atuação junto ao escritório da Homeland Security Investigations (HSI) em Nova York.

A investigação foi reaberta após decisão do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1), em Brasília. No início de novembro, a corte derrubou as restrições que vinham travando as apurações, liberando a análise de material obtido a partir da quebra de sigilo bancário do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que na época do crime defendeu Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada.

A linha de investigação retomada pela PF busca verificar se alguém pagou pelo trabalho de Zanone no caso ou se o advogado assumiu a defesa de Adélio para ganhar visibilidade. O delegado também vai poder acessar o conteúdo da operação que fez buscas no escritório do advogado, ainda em 2018. Na ocasião, os agentes apreenderam celular, livros caixa, recibos e comprovantes de pagamento de honorários.

Nas investigações anteriores, a Polícia Federal concluiu que Adélio agiu sozinho, sem cúmplices ou mandantes. Ele também foi considerado incapaz de responder pelo crime por sofrer distúrbios psicológicos e cumpre medida de segurança na penitenciária federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, por tempo indeterminado.

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