Saiba como proporcionar uma velhice confortável ao pet
Especialistas apontam que animais idosos merecem cuidado especial e olhar atento dos tutores
Ao atingir uma certa idade, os animais começam a sentir incômodos e apresentar uma maior indisposição, que é algo natural da fase idosa. A idade na qual cada animal é considerado idoso varia. Para cachorros de pequeno porte, por exemplo, 12 anos é a idade considerada sênior, enquanto para os de grande porte, essa fase da vida chega mais cedo, aos 9 anos. Já para os felinos, a faixa etária é bem similar, podendo ser entendidos como idosos ao atingirem 10 anos de vida. Em todos os casos, gatos e cachorros que atingem essa idade merecem um zelo especial e redobrado, por vezes triplicado, por parte de seus tutores.
A geriatria veterinária é a área que preza por essa fase da vida dos animais, zelando pelo conforto e saúde do animal idoso, focando nas doenças e alterações específicas da idade avançada. “O envelhecimento traz consigo mudanças fisiológicas que podem afetar a capacidade do animal de manter a homeostase, ou seja, o equilíbrio interno do organismo. Estresses fisiológicos e ambientais, fatores genéticos e nutrição inadequada podem acelerar esse processo, tornando os animais mais vulneráveis a doenças”, explica Julianna Azevedo, professora do Curso de Medicina Veterinária da Estácio.
Quais cuidados incluir na rotina?
Quando os animais atingem a velhice, certos costumes devem ser incluídos na rotina. Exames periódicos (idealmente, a cada seis meses) a fim de assegurar a saúde e o bem-estar do pet, além de diagnosticar precocemente qualquer doença que possa acometer o animal, é um hábito que deve ter espaço na agenda dos tutores, além da observação atenta e constante quanto ao comportamento, a fim de detectar sinais importantes que precisam ser avaliados por um profissional, como alterações de apetite, mudanças no hábito de sono ou na locomoção.
É importante manter a escovação regular a cada 48 horas desde filhote e, se necessário, limpeza dentária com profissional veterinário. A alimentação também deve ser equilibrada para animais idosos, e a adoção de dietas específicas e ajustes na quantidade de proteínas e gorduras conforme a necessidade de cada animal é uma prática recomendada e de alta eficácia contra a obesidade e outras condições.
Para além das doenças físicas, animais idosos também podem desenvolver condições mentais, a exemplo da síndrome da disfunção cognitiva, que, segundo a veterinária Camila Cioffi, se assemelha ao Alzheimer humano. Neste caso, como explica a veterinária, são observados sintomas de desorientação, latidos ou miados excessivos, alterações no sono, esquecer onde fica o pote de comida ou a caixa de areia.
Para retardar a progressão da doença, o recomendado é manter uma rotina consistente e estimular o raciocínio com brinquedos interativos.
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Algumas doenças frequentes em pets idosos
Nos felinos, as doenças como insuficiência renal crônica (IRC) são diagnosticadas com certa frequência. Alguns sintomas que os bichanos podem apresentar são desidratação, pelagem opaca e ressecada, urina em locais incomuns e com coloração clara, perda de peso, vômitos recorrentes e hálito com cheiro de amônia.
Além da IRC, os gatos – e pets em geral – podem ser acometidos por doenças como diabetes, hipertireoidismo ou hipotireoidismo. No caso da diabetes, os animais dão sinais que podem ser alarmantes, como beber muita água, urinar mais, comer mais e perder peso, além de alterações na visão devido ao aumento de açúcar no sangue.
De acordo com Camila Cioffi, dificuldades como a de subir em locais onde subiam normalmente, dificuldade para se levantar, mancar e às vezes também evitar brincar, são sinais de alerta e podem indicar que o bichinho desenvolveu alguma doença articular.
O ideal é adaptar o ambiente com rampas ou escadas, em caso de obesidade, consultar o veterinário para entrar com dieta ou fazer fisioterapia, além de ajuda medicamentosa.
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*estagiária sob supervisão da editora Fabíola Costa