O silêncio do senador Rodrigo Pacheco (PSD), quando se esperava que ele tomasse uma posição até o fim deste mês, começa a provocar incômodos entre os partidos que gostariam de vê-lo no palanque do presidente Lula nas eleições de outubro como candidato a governador. O senador, que esperava ser indicado ao Supremo Tribunal Federal, na vaga do ministro Luís Roberto Barroso, que se aposentou, de lá para cá tem mantido uma postura distante do jogo político.
Durante conversa com o presidente Lula, ele admitiu até a possibilidade de encerrar prematuramente a carreira política e não se afastou da ideia, a despeito dos esforços dos membros de seu grupo político. O primeiro sinal é a total ausência de articulação para escolher um novo partido, já que o PSD, sua atual legenda, já está fechado com o vice-governador Mateus Simões. O senador recebeu diversos convites, mas não deu qualquer resposta.
Ante essa incerteza e com o tempo passando, a base do presidente Lula deve discutir uma possível aliança com o PDT, que tem como nome em questão o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil. A deputada Duda Salabert, em recente entrevista, disse que o PT, se tiver juízo, apoia Kalil, mas ainda há resistências por conta da dificuldade do ex-prefeito em seguir orientações de outros políticos.
Como a prefeita de Contagem, Marília Campos, já disse que prefere disputar o Senado, e Margarida Salomão, de Juiz de Fora, vai cumprir todo o mandato, a novidade é o ex-ministro Walfrido Mares Guia, que já foi vice-governador de Minas, no mandato de Eduardo Azeredo, e ministro da Secretaria de Relações Institucionais e do Turismo no segundo mandato de Lula. Aos 83 anos, completados em novembro, ele continua ativo na política. Ele é próximo de Lula e tem trânsito em várias orientações políticas.
O União Brasil, que voltou a emplacar um ministro no Governo Lula, estaria avaliando seu papel na sucessão em Minas. O partido não apresenta o mesmo entusiasmo com a candidatura do vice-governador Mateus Simões não apenas em razão de seu desempenho nas pesquisas de intenção de votos, mas também por conta de arranjos nacionais. A federação com o PP ainda sofre sobressaltos.



