Cientista político avalia as contradições do PSDB e sugere consenso

Por Paulo Cesar Magella

Paz até dezembro

A bandeira branca hasteada pelos senadores Tasso Jereissati e Aécio Neves, que disseram nunca ter entrado em guerra, e o que houve foi apenas divergências de pontos de vista, ainda não convenceu a opinião pública sobre o fim do impasse dentro do PSDB, fruto do apoio ao Governo Temer. Um grupo quer o desembarque dos ministros, outro, como o de Aécio e o deputado Marcus Pestana, entende que não é hora de pular fora, quando o país vive uma crise sem precedentes. A convenção está marcada para o dia 9 de dezembro e, até lá, garantiram os senadores, tudo ficará como está, mas sem enfrentamentos.

Risco da divisão

O cientista político Rubem Barboza, que conhece, como poucos, os meandros do PSDB, admite que o partido está dividido entre duas opções: a tentativa de refundação partidária, mobilizando o sentido original de sua criação, e que implicaria um afastamento do Governo Temer; e a participação em um governo de transição, com base numa ética de responsabilidade, “numa postura que leva em conta as consequências negativas de afastamento do partido do centro do poder político”.

Terceira via

O professor adverte que as duas posições impactam a posição do partido nas eleições de 2018. “A questão é: as duas coisas poderiam caminhar juntas? Numa perspectiva distante, de quem não se encontra no meio da confusão, eu creio que as duas coisas poderiam ser feitas simultaneamente, pois é aí que reside a virtude política de lideranças e quadros partidários com capacidade de entender a conjuntura e suas possíveis saídas. Se tudo permanecer como está, o PSDB perderá a chance de ser um protagonista importante das próximas eleições, abandonando a liderança do centro político e complicando a escolha de um candidato viável à Presidência da República.”

Dano colateral

Finalmente, Rubem Barboza acentua que o PSDB poderá ser vítima de um retalhamento ainda mais forte, caso não consiga sair com rapidez da crise em que se meteu. “Afinal, o sistema partidário deverá, ainda no curto prazo, ser reformulado por iniciativa dos próprios partidos, que tentarão criar um novo quadro partidário.”

Saúde boa

O ex-prefeito de Barbacena Toninho Andrada, que deve mesmo disputar uma vaga na Assembleia – o candidato da família a deputado federal será Lafayette Andrada -, está comemorando números divulgados pela revista Exame: “Barbacena tem a 12ª melhor saúde do país, de acordo com ranking elaborado pela consultoria Urban Systems”. Andrada considera que os números também são resultado de sua gestão, que terminou no ano passado.

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Sou da primeira geração da Tribuna, onde ingressei em 1981 - ano de fundação do jornal -, já tendo exercido as funções de editor de política, editor de economia, secretário de redação e, desde 1995, editor geral. Além de jornalista, sou bacharel em Direito e Filosofia. Também sou radialista Meus hobbies são leitura, gastronomia - não como frango, pasmem - esportes (Flamengo até morrer), encontro com amigos, de preferência nos botequins. E-mail: [email protected] [email protected]

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