Invasão do Planalto, Congresso e STF de novo capital político a Lula, diz cientista político

Por Paulo Cesar Magella

Os episódios do domingo passado são emblemáticos para o futuro do país, sobretudo na instância de poder. Ficou claro que a ação dos extremistas deu ao presidente Lula a chance de ter o respaldo do Centro e até mesmo de setores da direita, ora constrangidos pelo extremismo que levou à depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. “Eu acho que o Lula vai utilizar esse capital político, bastando ver seu discurso no encontro com os governadores. Se ele colocar um confronto com o bolsonarismo em defesa da democracia, ele vai crescer no âmbito interno, já que no exterior já tem esse respaldo”, sinalizou o cientista político Rubem Barboza, da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Para o professor, basta fazer uma comparação com o que aconteceu em janeiro de 2021 nos Estados Unidos, quando da invasão do Capitólio, com os eventos do dia 8. “O (Donald) Trump perdeu as eleições e tentou tomar conta do Partido Republicano, mas ninguém previa que ele perdesse esse controle. Agora, ele está sob ataque da Justiça e da própria política pois perdeu as eleições para o Congresso e tem no governador da Flórida um forte adversário. Já o Bolsonaro não tem um partido que acolha todos esses movimentos. O PL não é esse partido, não é um partido que joga sozinho, como o Republicano dos EUA.”

O professor Rubem Barboza está convencido que parte dos eleitores de Jair Bolsonaro votaram nele contra o Lula e agora sabem onde é o ponto de chegada dele: instabilidade ou golpe de estado. “Sua movimentação não se pauta em nenhuma rotinização do poder” No entendimento de Rubem, “parte da sociedade deu todo o apoio na movimentação para conter os danos dessa investida contra a República, por isso, as condições para Bolsonaro mudaram. Vai depender muito do Lula para reunir um entorno dele em defesa da República e da democracia”. O professor apoia uma ampla investigação, pois, no seu entendimento, “não dá para usar luva de pelica com os manifestantes”, mas deixou claro não ser uma luta do PT contra a direita.

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Sou da primeira geração da Tribuna, onde ingressei em 1981 - ano de fundação do jornal -, já tendo exercido as funções de editor de política, editor de economia, secretário de redação e, desde 1995, editor geral. Além de jornalista, sou bacharel em Direito e Filosofia. Também sou radialista Meus hobbies são leitura, gastronomia - não como frango, pasmem - esportes (Flamengo até morrer), encontro com amigos, de preferência nos botequins. E-mail: [email protected] [email protected]

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