Para cientista político, polarização entre Lula e Bolsonaro vai continuar

Mesmo com as pesquisas apontando desgaste de Lula e Bolsonaro, eles, continuarão incentivando a polarização

Por Paulo Cesar Magella

Embora as pesquisas eleitorais apontem rejeição às candidaturas do presidente Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro na disputa presidencial do ano que vem, o cientista político Raul Magalhães destaca que tal postura não dará fim à polarização. Na sua avaliação, ainda há demandas que levam ao conflito de interesse das elites políticas, uma vez que elas mantêm o controle do Estado e do processo eleitoral, o que faz com que permaneçam como protagonistas.

Lula e Bolsonaro continuam capitalizando a atenção dos eleitores

O professor Raul Magalhães considera que, a despeito de a pesquisa indicar o desgaste das duas principais lideranças, os demais pré-candidatos ainda terão que esperar outros desdobramentos. “No campo da esquerda ninguém tem a visibilidade do cargo. Na direita, apesar de muitos nomes, é fato que ninguém ainda desafia a posição do ex-presidente. Sabem que ele está inelegível, mas sabem também que ele tem uma estratégia de se manter candidato até o último momento. Somente quando ele não puder concorrer será possível um movimento mais claro fragmentando esses votos.

Polarização vai continuar, destaca cientista político

Lula e Bolsonaro, na avaliação de Raul Magalhães, continuam como protagonistas do jogo político. “Mesmo não estando na meta da maioria, eles controlam parcela significativa das intenções votos. 20% são suficientes para estar perto do segundo turno. Isso deve ser levado em consideração, mesmo que a maioria não queira nenhum deles. Mas o eleitorado cativo e mobilizável por estes candidatos pode fazer uma diferença. Para a extrema direita faz sentido o apoio de Bolsonaro, ou que ele sinalize ter simpatia por esta candidatura. Vale o mesmo para a esquerda. Se Lula fizer o cálculo, vai tentar transferir os votos para quem apoiar, mas é improvável que não vá disputar. Creio que a polarização vai continuar.”

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Sou da primeira geração da Tribuna, onde ingressei em 1981 - ano de fundação do jornal -, já tendo exercido as funções de editor de política, editor de economia, secretário de redação e, desde 1995, editor geral. Além de jornalista, sou bacharel em Direito e Filosofia. Também sou radialista. Meus hobbies são leitura, gastronomia - não como frango, pasmem - esportes (Flamengo até morrer), encontro com amigos, de preferência nos botequins.E-mail: [email protected] [email protected]

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