Os brasileiros continuam confiando mais em instituições de fé e força – Igrejas e Forças Armadas – do que em instituições como partidos políticos, Congresso e STF. Os números são da mais recente Pesquisa Genial/Quaest divulgados nesta segunda-feira. A Igreja Católica, com 73% que confiam e 25% que não confiam, tem o maior índice de confiança, seguida da Polícia Militar, 71% e 28% respectivamente; militares e Forças Armadas, 70% e 28%; Igrejas Evangélicas, 65% e 32%; prefeito(a) de sua cidade, 63% e 35%; bancos, 63% e 36%; Presidência da República, 54% e 44%; Imprensa, 54% e 44%, e STF, 50%% e 47%.
Para Genial/Quaest, desconfiança nos partidos chegou a 63%
Por sua vez, a pesquisa constatou que a população vê com reserva o papel de outros setores. O Congresso Nacional tem uma avaliação negativa de 52% e positiva de 45%; Juiz de Futebol, negativa de 52% e positiva de 43%; Redes Sociais, negativa de 57% e positiva de 41%, e os Partidos Políticos têm a pior avaliação: 63% têm uma avaliação negativa, enquanto somente 36% acham que atuam positivamente. De acordo com o coordenador da pesquisa, Felipe Nunes, houve uma piora generalizada no grau de confiança institucional dos brasileiros nos últimos quatro anos. “A desconfiança na PM, nas Forças Armadas e no Congresso Nacional aumentou 10 pontos porcentuais nesse período. A desconfiança nos partidos aumentou 9 pontos, no STF aumentou 7 pontos e na imprensa 6 pontos.
Percepção mudou de acordo com o mandato na presidência
Ainda de acordo com Felipe Nunes, no caso das Igrejas Evangélicas, a desconfiança aumentou especialmente entre os eleitores que votaram em Lula nas últimas eleições. E essa mudança de percepção piorou entre 2024 e 2025, já no governo Lula 3. No caso das Forças Armadas, a desconfiança aumentou apenas entre os eleitores que votaram em Jair Bolsonaro em 2022. “Neste caso, a mudança aconteceu principalmente entre 2022 e 2024, sinal de que o desgaste pode ter vindo de um não golpe”, destacou.
Papéis invertidos na avaliação do Supremo Tribunal Federal
De acordo com Felipe Nunes, no caso do Supremo Tribunal Federal, a desconfiança continua aumentando, mas mudou de lado. Até 2023, a desconfiança vinha do eleitor de Lula. Após 2024, ela aumentou entre os eleitores de Bolsonaro. Essa desconfiança também chegou ao eleitor que se absteve no segundo turno de 2022.