O silêncio do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, tem sido o principal ingrediente nas conversas de bastidores envolvendo o futuro do senador Rodrigo Pacheco, preferido do presidente Lula para disputar o Governo de Minas. Lideranças do PSD querem a filiação do vice-governador Mateus Simões, mas ela só vai ocorrer se o senador desistir de qualquer projeto político ou se mudar de legenda. O deputado Luiz Fernando Faria garante que não há pressa. Qualquer definição, no seu entendimento, só vai ocorrer no fim do ano. A despeito disso, ele disse que o vice-governador é bem-vindo ao partido.
De acordo com Luiz Fernando, um dos fatores que pesam na decisão do senador é o ministro Luiz Roberto Barroso, que deixou a presidência do Supremo Tribunal Federal na última segunda-feira. Se ele se aposentar – como se especula – Rodrigo Pacheco é o nome mais cotado para o cargo, embora não seja o único. Na última quinta-feira, o jornal o Globo apontou outros nomes que também estariam na lista, entre eles o Advogado Geral da União, Jorge Messias, homem de confiança do presidente Lula; o ministro da Controladoria Geral da União, Vinícius de Carvalho, e o ministro do TCU, Bruno Dantas.
Rodrigo é bem cotado nos meios jurídicos e, sobretudo, no Senado, já que tem o apoio do presidente da casa, senador David Alcolumbre, mas Lula precisa dele para disputar o Governo de Minas. O presidente sabe que só com um palanque forte terá condições de vencer no Estado, e Minas é estratégico, sempre, nas eleições presidenciais.
Além disso, não há, no momento, um candidato que agregue não só o PT de Lula e outras legendas, como é o caso de Rodrigo Pacheco. Se ele não for candidato, o PT terá que buscar outro nome. A prefeita de Contagem, Marília Campos, tem sinalizado que prefere ficar na Prefeitura do que ir para a disputa. Hoje, ela está cotada para ser vice de Pacheco.