Geralmente, em diversos locais do país, é comum cruzar com pombos em telhados, praças ou revoando entre os prédios. Esses animais estão por toda parte, tão presentes que muitos os consideram parte da paisagem urbana.
Ao mesmo tempo, não são poucos os que sentem certo incômodo ou até medo diante desses pássaros, por conta do risco de doenças associadas às suas fezes.
O que poucos imaginam, no entanto, é que essas aves urbanas têm um passado bem diferente: elas já foram, literalmente, animais domésticos.
Você sabia que pombos eram animais domésticos?
A espécie mais comum nas cidades, conhecida como pombo-doméstico (Columba livia domestica), não é nativa do Brasil nem das Américas.
Esses animais têm origem na região do Mediterrâneo — Europa, norte da África e Oriente Médio — e foram trazidos para o continente americano pelos colonizadores europeus.
No Brasil, chegaram com os portugueses ainda no século XVI, inicialmente como aves de criação.
Naquele tempo, os pombos viviam em gaiolas e tinham um propósito bem definido: servir de alimento. Assim como se criam galinhas, os colonizadores criavam pombos como parte da dieta.
Mas a utilidade desses animais ia além da alimentação. Em diversas partes da Europa, e mais tarde também nas Américas, pombos foram domesticados com outro objetivo: transportar mensagens.
A habilidade de retornar para casa mesmo após longos trajetos fez dessas aves excelentes aliados em tempos de guerra. Eles eram usados como mensageiros, carregando recados estratégicos em conflitos como a Primeira e a Segunda Guerra Mundial.
Países como França, Reino Unido e Estados Unidos chegaram a manter divisões militares especializadas no uso de pombos-correio.
Brasil também domesticou pombos para envio de mensagens
No Brasil, esse tipo de uso também foi adotado. Na época da Guerra do Paraguai, no século XIX, pombos treinados foram empregados para levar mensagens entre tropas. A prática, conhecida como columbofilia, perdura até hoje como esporte.
Criadores tratam essas aves como verdadeiros atletas, com alimentação balanceada, vacinas e treinamentos específicos para longas distâncias.
Portanto, os pombos que hoje muitos enxergam como incômodo urbano têm uma trajetória surpreendente.
Já foram fonte de alimento e peças-chave em operações militares. Sua história é mais rica — e mais próxima dos humanos — do que costuma parecer nas esquinas das cidades.