Em uma operação realizada nesta semana, a Polícia Federal apreendeu dezenas de garrafas de vinho importado sem nota fiscal em Marília, no interior de São Paulo.
A ação aconteceu em um endereço inusitado: um escritório de contabilidade, onde os agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão.
A apreensão surpreendeu pela natureza do local, geralmente associado à regularidade fiscal, e acendeu um alerta para possíveis práticas ilegais camufladas sob atividades empresariais aparentemente legítimas.
Vinhos em escritório são apreendidos sem nota fiscal pela Polícia
A investigação teve início após indícios de que bebidas importadas estavam sendo armazenadas e, possivelmente, vendidas sem documentação fiscal adequada.
Durante a vistoria no escritório, os policiais encontraram uma grande quantidade de garrafas de vinho estrangeiro sem qualquer registro que comprovasse a entrada legal desses produtos no país.
Sem nota fiscal ou comprovação de recolhimento de impostos, os produtos foram imediatamente recolhidos e encaminhados à Receita Federal, também sediada em Marília, onde passarão por contagem e análise técnica.
As autoridades apuram agora a origem das bebidas e tentam identificar todos os envolvidos na comercialização irregular.
Segundo as investigações preliminares, há indícios de que o local funcionava como ponto de distribuição dos vinhos, o que pode configurar o crime de descaminho.
Esse delito ocorre quando produtos entram no país sem o pagamento dos tributos obrigatórios, diferentemente do contrabando, que envolve a entrada de itens proibidos.
Venda de vinhos importados sem nota pode resultar em prisão
No caso do descaminho, a pena prevista pela legislação brasileira é de reclusão de um a quatro anos, conforme o artigo 334 do Código Penal.
Além disso, caso seja comprovado envolvimento de funcionários do escritório, eles poderão ser enquadrados também por associação criminosa ou coautoria, a depender da extensão da participação.
As consequências não se limitam ao âmbito penal. A comercialização de produtos sem origem fiscal regular representa prejuízos diretos ao erário, além de afetar a competitividade de empresas que atuam dentro da legalidade.
Outro ponto de preocupação é o risco à saúde do consumidor, já que mercadorias introduzidas ilegalmente não passam por fiscalização sanitária.
A Polícia Federal segue apurando os detalhes do caso e, até o momento, não informou se há suspeitos formalmente indiciados.
A operação reforça o papel da fiscalização no combate à sonegação fiscal e ao uso indevido de estruturas comerciais para atividades ilícitas.