A depressão é um transtorno mental que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, causando sofrimento emocional, alterações no humor e dificuldades no dia a dia.
Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da doença, incluindo aspectos genéticos, ambientais e de estilo de vida.
Recentemente, um estudo apontou que a alimentação também pode ter um papel significativo nesse problema.
De acordo com a pesquisa, consumir regularmente alimentos ultraprocessados pode elevar em 48% o risco de desenvolver depressão persistente, especialmente em casos de consumo elevado e prolongado.
Risco de depressão aumenta em 48% comendo esses alimentos
O estudo foi realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e publicado em uma renomada revista científica.
A pesquisa utilizou dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), que monitora há anos a saúde de servidores públicos em diversas cidades do país.
Os pesquisadores analisaram os hábitos alimentares dos participantes, dividindo-os em grupos conforme a quantidade de calorias diárias provenientes de produtos ultraprocessados.
Os resultados revelaram que aqueles que consumiam maiores quantidades desse tipo de alimento tinham um risco significativamente maior de desenvolver depressão ao longo dos anos seguintes.
Segundo os especialistas, esse impacto negativo pode estar relacionado à carência de nutrientes essenciais, como fibras, antioxidantes e vitaminas, elementos fundamentais para o funcionamento adequado do cérebro.
Além disso, ingredientes presentes nos ultraprocessados, como conservantes, aromatizantes artificiais e gorduras saturadas, podem contribuir para processos inflamatórios no organismo, fator que também está associado ao surgimento da depressão.
Mudanças na dieta podem reduzir risco de depressão.
A boa notícia é que pequenas mudanças na dieta podem reduzir significativamente esse risco de desenvolver depressão.
Simulações realizadas durante o estudo indicaram que substituir apenas 5% do consumo diário de ultraprocessados por alimentos minimamente processados pode reduzir em 6% a probabilidade de desenvolver depressão.
Caso essa substituição chegue a 20%, o risco cai para 22%.
Os pesquisadores reforçam a importância de uma alimentação balanceada para a saúde mental.
No entanto, se houver sinais persistentes de tristeza, fadiga, falta de interesse em atividades cotidianas e alterações no sono, é fundamental buscar ajuda profissional.
Psicólogos e psiquiatras estão preparados para orientar e oferecer o suporte necessário, garantindo um tratamento adequado e eficaz.