O torresmo, uma das iguarias mais queridas da gastronomia brasileira, segue como tema de discussão quando o assunto é sua origem. Essa delícia crocante, feita a partir da pele ou toucinho do porco, conquistou espaço em mesas e bares pelo mundo, mas sua invenção ainda gera debates acalorados entre diferentes culturas.
De acordo com historiadores da culinária, a tradição do torresmo remonta à época colonial, com influências de Portugal e África. Os portugueses trouxeram a técnica de aproveitar ao máximo o porco, incluindo o preparo da pele frita como acompanhamento. Já os africanos, durante o período escravocrata, adaptaram a receita aos temperos e métodos disponíveis, criando variações que enriqueceram a cozinha brasileira.
Em Portugal, os torresmos são consumidos amplamente, principalmente como petisco ou ingrediente de pratos tradicionais, como a feijoada. No Brasil, no entanto, a receita ganhou destaque especialmente em Minas Gerais, onde o torresmo se tornou quase sinônimo de cultura local. No feijão-tropeiro, na feijoada ou até como tira-gosto com uma dose de cachaça, o petisco virou paixão nacional.
A técnica e a tradição do torresmo
A produção do torresmo começa com o corte da manta de toucinho, que inclui uma camada de couro, gordura e carne. Após ser temperado, o preparo é frito em óleo quente até formar bolhas e alcançar a textura crocante que caracteriza o prato.
Essa simplicidade no preparo esconde um grande apelo cultural. “O torresmo reflete uma tradição de aproveitar todas as partes do porco, algo muito presente nas culturas que valorizam a sustentabilidade e o sabor”, explica Newton de Alencar, professor especialista em carne suína.
Uma receita que atravessa gerações
Embora o torresmo tenha surgido em contextos humildes, hoje ele transcende a simplicidade de suas origens. É possível encontrá-lo em versões gourmets, harmonizado com vinhos ou espumantes, além de sua tradicional parceria com cerveja e caipirinha.
Seja na feira, no boteco ou em eventos sofisticados, o torresmo prova que sua origem é, na verdade, um mosaico cultural. Portugal e África podem reivindicar sua criação, mas o Brasil é quem reinventou o prato, transformando-o em uma verdadeira estrela da culinária nacional.
E você, é fã do torresmo? Independente de sua origem exata, o fato é que o petisco segue firme como um símbolo de sabor e história que atravessa gerações.