Nos últimos anos, um professor da Universidade da Flórida notou que ferramentas de inteligência artificial como o ChatGPT e o DeepSeek se tornaram populares entre estudantes que buscam uma maneira rápida de produzir trabalhos escolares.
Embora esses recursos sejam úteis para pesquisa e aprendizado, muitos alunos os utilizam para evitar o esforço de escrever suas próprias tarefas, comprometendo seu desenvolvimento acadêmico.
Para enfrentar esse desafio, este professor desenvolveu uma solução inovadora: um sistema que detecta conteúdos gerados por IA, mesmo quando reescritos ou reformulados.
Professor usa IA para nenhum aluno enganar nos trabalhos
A tecnologia desenvolvida pelo professor Yuheng Bu, especialista em engenharia elétrica e computação, baseia-se em uma espécie de marca d’água invisível inserida nos textos criados por modelos de linguagem artificial.
Esse recurso funciona como uma assinatura oculta, incorporada no momento da geração do conteúdo, permitindo que o sistema identifique a origem do texto mesmo após edições ou tentativas de mascaramento.
Assim, mesmo que um aluno reescreva a redação com sinônimos ou reorganize as frases, a presença da IA ainda pode ser detectada pelo professor.
O projeto está sendo testado no supercomputador HiPerGator, uma das máquinas mais potentes dos Estados Unidos, e busca garantir que a detecção seja eficaz sem comprometer a qualidade do texto gerado.
A tecnologia precisa ser robusta o suficiente para resistir a modificações enquanto continua imperceptível para leitores humanos.
Além disso, o método desenvolvido na Universidade da Flórida pelo professor se diferencia de outras tentativas semelhantes, pois não afeta significativamente a fluidez do texto, tornando-o menos perceptível ao usuário.
Desafio para implementação da ideia do professor
No entanto, um dos principais desafios para a implementação desse sistema criado pelo professor é a distribuição da chave de detecção. A marca d’água, para ser identificável, precisa de uma chave que comprove a autenticidade do texto.
Atualmente, a entidade responsável pela inserção da marca d’água também detém essa chave, o que significa que, se uma ferramenta como o ChatGPT fosse utilizada para gerar um trabalho, somente a OpenAI teria acesso à verificação da autenticidade.
Para que o método seja viável em larga escala, será necessário criar um ecossistema em que educadores possam acessar essa tecnologia sem depender exclusivamente das empresas que desenvolveram os modelos de IA.
Enquanto esse processo não avança, o desafio da inteligência artificial na educação continua a crescer, em alguns momentos prejudicando os dois lados, aluno e professor, em suas missões de aprender e ensinar.
A busca por métodos para diferenciar o esforço genuíno do uso indevido de IA se tornou uma prioridade para muitos professores, que agora contam com novas ferramentas para manter a integridade acadêmica.