O ex-traficante Carlos Lehder, um dos fundadores do Cartel de Medellín, foi detido no último sábado (29) ao desembarcar em Bogotá, Colômbia, vindo da Alemanha. A prisão ocorreu após autoridades migratórias identificarem um mandado de captura pendente, emitido em 1995 por tráfico de armas.
Entretanto, é importante mencionar que a sua situação judicial gerou controvérsias e mobilizou sua defesa.
Lehder, que tem 75 anos, foi um dos primeiros megatraficantes colombianos extraditados para os Estados Unidos, onde cumpriu 34 anos de prisão por tráfico de drogas. Libertado em 2020, passou a viver na Alemanha, onde obteve cidadania por ascendência paterna.
Prisão de parceiro de Pablo Escobar
Após sua chegada à Colômbia, Lehder foi detido e transferido para uma unidade policial em Bogotá, onde sua situação jurídica foi analisada. A Justiça colombiana deveria decidir na segunda-feira (31) se a condenação de 24 anos de prisão ainda era válida.
É importante mencionar que sua advogada, Sondra Macollins, argumentou que a sentença prescreveu, tornando o mandado de prisão sem efeito legal. Essa alegação foi posteriormente aceita por um tribunal de Bogotá, que ordenou sua libertação imediata.
Além disso, o ex-traficante já havia enfrentado uma longa pena nos Estados Unidos, reduzida após colaborar com as autoridades e testemunhar contra o ex-ditador panamenho Manuel Noriega.
O legado de Lehder no Cartel de Medellín
Carlos Lehder foi um dos principais aliados de Pablo Escobar, ajudando a estruturar o Cartel de Medellín, que dominou o tráfico de drogas nos anos 1980. Ele foi responsável por criar uma rota estratégica nas Bahamas, onde aviões carregados de cocaína faziam escala antes de seguir para os Estados Unidos.
Outro detalhe importante é que, ao contrário de outros traficantes, Lehder se destacava por sua inteligência e ideologia política. Ele falava três idiomas, defendia um discurso nacionalista e anti-imperialista e chegou a criar um movimento político na Colômbia.